Poucas regiões no mundo têm a oportunidade geográfica, histórica, social e econômica que nós, hermanos, temos de construir um bloco econômico forte e competitivo. Ainda assim, nossos governantes insistem em disperdiçar uma histórica oportunidade de projetar, economicamente, o Mercosul na economia global.
Guardei esta msg para aguardar o pronunciamento da presidente argentina Cristina Kirchner na VI Cúpula União Europeia-América Latina e Caribe. Nesse "summit" a governante argentina aproveitou para enfatizar o fortalecimento dos blocos regionais, notadamente em oportunidades de investimentos externos em um tipo de "off agenda".
Quando, entretanto, a realidade bate à porta nos deparamos com tal fato por ela negada, mas que representa uma constante mal resolvida.
(Vide: Cira e supermercados dizem que seguem restrição a importados na Argentina) A rigor eu não acredito que seja esta uma decisão da sociedade argentina, pois há contra-partidas em risco o que refletem risco para postos de trabalhos argentinos também. A questão é que a líder daquela sociedade tomou esta decisão, smj, e ela prejudicará empresários e empregos brasileiros. Se fora para vetar adiante não se colocassem este item na pauta de intercâmbio.
Imagine-se, após sinalização de negociadores públicos internacionais, os empresários investirem uma fortuna, em geral em financiamentos de bancos privados com altos índices de juros, em plantas produtivas para atender demandas de exportação, sem qualquer tipo de renúncia fiscal e, no meio do caminho, deparam-se com tal situação. O que fazer com o dinheiro já gasto ou empenhado? O que dizer da cadeia produtiva em torno da empresa exportadora, que também investiu com origem de recursos da mesma forma e prejuízo que terá, com a suspensão de suas encomendas, um formidável prejuízo? Não queira imaginar que ele, por ser empresário tem que se lascar, pois a tônica em nosso país e priorizar o pobre e lascar os empresários que são, em última análise, quem move nossa economia e emprega. Se alguém com tal prejuízo se filiar a algum partido da base governista pode estar certo que repassará tal fatura para o Erário pagar e nisso os nossos impostos servem para cobrir. Se nunca se preocupou em saber o porque de nossa dívida ativa e carga tributária elevada, apresento-vos um dos atores causadores.
O imobilismo do Pres Lula nesta questão evidencia que, neste mister, a ideologia de esquerda vem falando mais alto do que o pragmatismo de Chefe de Estado cujo principal objetivo, além o de promover desenvolvimento social é preservar a sociedade e o patrimônio nacional.
E 80% da sociedade ainda acha que esta gestão é muito boa. Inocência e desinformação no mesmo pote. Este prejuízo será, mais adiante, repassado para nossa dívida pública, então, ninguém se lembrará ou quem vier a se lembrar não conseguirá juntar as pontas soltas desse absurdo cenário.
Imaginem, é assim com a Argentina aqui ao lado, como será, então, quando a China vier a descumprir seus acordos? Vamos declarar guerra? Por que, então, nosso Congresso não age como nosso representante legítimo?
Enfim.... Ah!! Sim, ia me esquecendo:... e a rapeize, onde é que está ?!?!?!
Argentina veta comida importada do Brasil
Raquel Landim de São Paulo
Depois de um período de trégua, as desavenças comerciais entre Brasil e Argentina estão de volta. O governo argentino decidiu proibir a entrada de alimentos importados que possuam similares produzidos localmente. A notícia preocupa as autoridades brasileiras, que já prometem retaliar.
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A barreira argentina começa a vigorar no próximo mês. A partir do dia 10 de junho, inspetores da Secretaria de Comércio da Argentina vão percorrer as gôndolas de supermercados, armazéns e lojas de conveniências, para conferir se estão sendo vendidos alimentos importados sem similar nacional.
Serão atingidos produtos brasileiros, como frutas, milho e tomate enlatados. Os consumidores argentinos deixarão de ter acesso a esse tipo de produto importado. Itens como suco de maracujá ou castanha de caju - inexistentes no território argentino - ainda serão permitidos.
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As grandes redes de supermercados serão as mais afetadas. Apesar de representarem uma pequena parte da oferta total, os alimentos importados são essenciais para atrair os clientes. Uma pesquisa do site do jornal La Nación indicou que 73,9% dos internautas discordam da medida do governo Kirchner.
Os importadores também criticaram a decisão e pediram "mais clareza e transparência". "Corremos o risco de desabastecimento de produtos como carnes de frango e suína, das quais temos produção local, mas não o suficiente", segunto o presidente da Câmara dos Importadores da República Argentina (CIRA), Diego Pérez Santisteban.
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O economista Maurício Claveri, da consultoria Abeceb.com, ressaltou que, ao contrário de medidas protecionistas tradicionais, as proibições aos alimentos importados são feitas "por uma ordem da qual não fica registro algum". "É uma ferramenta não convencional que fica no limite da legalidade da OMC (Organização Mundial de Comércio)", disse Claveri.
Desde o final de 2008, quando o impacto da crise global chegou ao Mercosul, empresários brasileiros enfrentam dificuldades para vender seus produtos a Argentina por causa da aplicação de licenças não-automáticas de importação. Depois de sofrer retaliação do Brasil, os argentinos agilizaram a liberação das licenças, mas setores relatam que a demora voltar a se agravar.
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De janeiro a abril, o Brasil exportou US$ 4,8 bilhões para a Argentina, uma alta de 58,5% em relação a igual período de 2009, o que indica forte recuperação das vendas após a crise. Em contrapartida, importou US$ 4,3 bilhões do vizinho, um aumento de 40,4%.
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