É fundamental que acompanhemos este lamentável desenrolar da desdídia social mexicana.
As maras e pandillas são guangues oficialmente consideradas como "novas ameaças" pela OEA. Eles são os braços da articulação e desdobramento e utilizam-se do tráfico de drogas, de armas e transito de imigrantes ilegais de forma sofisticadamente empresarial.
As maras e pandillas são guangues oficialmente consideradas como "novas ameaças" pela OEA. Eles são os braços da articulação e desdobramento e utilizam-se do tráfico de drogas, de armas e transito de imigrantes ilegais de forma sofisticadamente empresarial.
A capacidade de articulação deles é complexa e, acreditem ou não, internacional e regional, ou seja, estão presentes no sudeste dos EUA, toda a América Central, transmutam-se nas FARC´s e ELN na Colômbia e em regiões da Venezuela e, de acordo com alguns especialistas, têm intercâmbios com a nova gênese do Sendero Luminoso, grupo terrorista peruano da década de 70.
Tivemos notícias recentes de um de seus braços atuando no Paraguai onde, supreendentemente, tivemos presença do PCC.
A questão está que a gênese de suporte, existência e, até, aceitação, é a desigualdade social muito forte nos países e regiões citadas. Eles têm tecnologia e aparato para substituir o Estado onde este não está acessível ou, por eles, não é permitido.
Há, também, o tônus ideológico, notadamente em sua existência mexicana, pois foi um país de forte presença de partidos de esquerda com forte base ideológica e pouco prática sempre usando argumentos de ideais zapatistas de inclusão social, só que quando colocados nas gestões de cidades e regiões, como alcaides, pouco puderam promover de desenvolvimento acretido, até, que culpando, como sempre, "zelites" ou coisa que o valha e similar naquele país.
De toda sorte, em função de nossa idiossincrasia e por não termos tido revoluções ou guerras em nosso território que viessem a implantar a semente da desdídia, a exemplo do que ainda ocorre hoje nos Bálacans e no Oriente Médio, ainda estamos, de certa forma, imunes. Contudo volto a ressaltar para não perdermos de vista a necessidade do Mercosul e as tendências políticas de nossos hermanos no colar sudoeste de nossa fronteira seca.
Se não tomarmos cuidado este será um perigoso "efeito tequila" em termos de segurança pública e social.
Tivemos notícias recentes de um de seus braços atuando no Paraguai onde, supreendentemente, tivemos presença do PCC.
A questão está que a gênese de suporte, existência e, até, aceitação, é a desigualdade social muito forte nos países e regiões citadas. Eles têm tecnologia e aparato para substituir o Estado onde este não está acessível ou, por eles, não é permitido.
Há, também, o tônus ideológico, notadamente em sua existência mexicana, pois foi um país de forte presença de partidos de esquerda com forte base ideológica e pouco prática sempre usando argumentos de ideais zapatistas de inclusão social, só que quando colocados nas gestões de cidades e regiões, como alcaides, pouco puderam promover de desenvolvimento acretido, até, que culpando, como sempre, "zelites" ou coisa que o valha e similar naquele país.
De toda sorte, em função de nossa idiossincrasia e por não termos tido revoluções ou guerras em nosso território que viessem a implantar a semente da desdídia, a exemplo do que ainda ocorre hoje nos Bálacans e no Oriente Médio, ainda estamos, de certa forma, imunes. Contudo volto a ressaltar para não perdermos de vista a necessidade do Mercosul e as tendências políticas de nossos hermanos no colar sudoeste de nossa fronteira seca.
Se não tomarmos cuidado este será um perigoso "efeito tequila" em termos de segurança pública e social.
O caderno especial México em guerra, publicado domingo neste jornal, retrata o desfalecimento das instituições de Estado dessa grande nação invadida pelos cartéis da droga. O país vive a sua mais grave crise desde a sangrenta Revolução de 1910 como relata o repórter Fausto Macedo. A contar de 2007, quando o então recém-empossado presidente Felipe Calderón decidiu militarizar o combate ao narcotráfico, com a mobilização de 50 mil soldados do Exército, as máfias da droga executaram perto de 23 mil pessoas. Quantos são os agentes públicos corrompidos pelos mafiosos não se sabe, mas também hão de se contar aos milhares.
As execuções, não raro de famílias inteiras e à luz do dia, assumem formas bestiais. O narcotráfico faz da violência mais do que uma afirmação de poder: como o terrorismo, destina-se a propagar o pânico e a desmoralizar a autoridade. Em nenhuma parte desse país, onde 11 dos 44 Estados já são dominados pelos narcos, isso é tão clamoroso como em Ciudad Juárez, de 1,3 milhão de habitantes, na fronteira com os Estados Unidos. Com 4,2 mil execuções apenas nos últimos 2 anos, ou 191 por 100 mil moradores, Juárez é considerada pela ONU a cidade mais violenta do mundo.
O governo insiste em que está no caminho certo e se gaba das apreensões de drogas, armas, valores e da captura de traficantes de alto coturno, como o líder de cartel "El Índio", por quem os Estados Unidos ofereciam recompensa de US$ 2 milhões. Mas nenhum observador imparcial dirá que o crime está acuado ou, muito menos, em declínio no México. "Apenas 1% dos bens do tráfico é confiscado", exemplifica o professor de direito Edgardo Buscaglia, um dos maiores conhecedores do assunto no país. Ele ressalta que o comércio de entorpecentes é uma entre 21 modalidades de negócios ilícitos das gangues.
Enquanto, segundo ele, o México se tornou um "paraíso patrimonial" para grupos criminosos das mais diversas procedências, há no país 982 "focos de ingovernabilidade" como os do Iraque, Afeganistão e Paquistão ? território subtraído ao controle da administração pública. Para os críticos, uma coisa e outra provam o fracasso da Iniciativa Mérida, o protocolo de segurança para o México e América Central, assinado em 2007 pelo então presidente americano, George W. Bush, com o pleno apoio do seu colega Felipe Calderón.
Pelo acordo, nos moldes do Plano Colômbia contra as Farc e a droga, os EUA deveriam investir US$ 1,4 bilhão em 3 anos para equipar e capacitar as forças mexicanas, e Calderón deveria lançar uma ofensiva sustentada contra o narcotráfico. Na realidade, o México não cumpriu ainda 77% das cláusulas do plano e os EUA só desembolsaram 21% daquele total. A questão de fundo, porém, é mais complexa do que a incapacidade do governo mexicano para tocar uma estratégia já de si polêmica ou do que a escassez de recursos liberados por Washington. Trata-se do papel dos EUA como "importador" e "exportador" dos dois produtos em que se assenta um negócio de US$ 24 bilhões por ano: drogas e armas.
Vêm do México de 60% a 90% da cocaína consumida no país, o maior mercado mundial de narcóticos. As cadeias americanas estão repletas de pequenos traficantes (em geral jovens negros), mas o uso da substância não é reprimido. "Precisamos nos concentrar no ponto da venda", diz o diretor do Instituto de Fronteira da Universidade de San Diego, David Shirk. Tão ou mais difícil será barrar o fluxo de armas made in USA para o mercado das tropas do crime no outro lado da fronteira.
Ao visitar o México logo depois da posse, o presidente Barack Obama prometeu empenhar-se na ratificação, pelo Congresso, da Convenção Interamericana contra a Fabricação e Tráfico de Armas de Fogo (Cifta). No México, esse comércio é proibido. Nas áreas de fronteira, ao norte, compra-se livremente o que se queira no gênero em qualquer supermercado. E, se depender do Senado americano, submisso ao multimilionário lobby da National Rifle Association, esse estado de coisas se perpetuará. O Cifta está na rabeira da fila dos projetos a serem examinados na Casa. Já dizia o presidente mexicano Porfírio Díaz, no século 19: "Pobre México. Tão longe de Deus e tão perto dos Estados Unidos."
.
Nenhum comentário:
Postar um comentário