A primeira ação de qualquer administrador, público ou privado, é o de avaliar mudanças. No caso em questão, seriam tais mudanças necessárias? Claro, sob qualquer ponto de vista. Principalmente em função de nossa já, publicamente, registrada quantidade de evasão e de rendimento escolar que influenciam, anos depois, na qualidade de alunos universitários. Seriam factíveis? Bem... vejamos.
Uma análise de ambiência mostraria alguns elementos críticos que devem ser observados e atendidos, dentre eles o de infra-estrutura física disponível, acessibilidade, comunicação e controle (capacidade informacional e de telecomunicações, por motivos óbvios) e a fundamental, para qualquer projeto administrativo ou plano diretor de criação ou ampliação de instalações, a análise de demanda. Uma unidade de campus universitário em uma cidade de vinte mil habitantes no extremo oeste do país no meio da selva, qual seria a possibilidade de se preencher as salas de aulas e laboratórios???
Vamos supor que tudo esteja preenchido esperando professores que logram êxito em concursos, aí veríamos como a ambiência comparativa se comporta: A título de exemplo 3% de bacharéis em direito logram passar nos exames da OAB SP. Os demais 97% estariam aptos a serem PROFESSORES? O mesmo dos 40% que não passam em exames dos Conselhos de Medicina e demais profissionais da área de saúde, estariam em condições de formar novos profissionais para lograrem o êxito que eles não alcançaram? Enfim, são perguntas a partir de fatias de realidades que ocorrem "em grandes cidades". O que viria depois já dá para se inferir.
Uma análise de ambiência mostraria alguns elementos críticos que devem ser observados e atendidos, dentre eles o de infra-estrutura física disponível, acessibilidade, comunicação e controle (capacidade informacional e de telecomunicações, por motivos óbvios) e a fundamental, para qualquer projeto administrativo ou plano diretor de criação ou ampliação de instalações, a análise de demanda. Uma unidade de campus universitário em uma cidade de vinte mil habitantes no extremo oeste do país no meio da selva, qual seria a possibilidade de se preencher as salas de aulas e laboratórios???
Vamos supor que tudo esteja preenchido esperando professores que logram êxito em concursos, aí veríamos como a ambiência comparativa se comporta: A título de exemplo 3% de bacharéis em direito logram passar nos exames da OAB SP. Os demais 97% estariam aptos a serem PROFESSORES? O mesmo dos 40% que não passam em exames dos Conselhos de Medicina e demais profissionais da área de saúde, estariam em condições de formar novos profissionais para lograrem o êxito que eles não alcançaram? Enfim, são perguntas a partir de fatias de realidades que ocorrem "em grandes cidades". O que viria depois já dá para se inferir.
O motivo de a gestão da coisa pública não poder ser tocada com base em fisiologismo, idealismo, nepotismo, populismo e, sobretudo, com amadorismo, estão sugeridos nos argumentos acima e exemplificado no motivo abaixo descrito.
Qual será a qualidade do aluno que dessas universidades se formarão? Qual será sua capacidade de se inserir na parcela economicamente ativa da sociedade?
Enfim, não admira que a expressiva quantidade de multinacionais que investem na América do Sul seja a de bancos. Com este cenário quando é que mudaríamos de perspectivas e teríamos as de tecnologia de ponta e as científicas ultrapassando bancos de investimentos?
A falta de docentes nas federais
Como a expansão das universidades federais no governo Lula foi determinada mais por critérios políticos do que técnicos, muitas delas agora enfrentam dificuldades para encontrar professores com a qualificação necessária para compor o quadro docente. Nos últimos 5 anos do governo Lula, foram criadas 15 novas instituições federais de ensino superior, que oferecem 12 mil novas vagas em seus cursos de graduação. Contudo, os cursos de pós-graduação estrito senso a maioria concentrada nas Regiões Sudeste e Sul não estão conseguindo formar mestres e doutores para suprir a demanda.
O problema é mais grave na Região Norte, onde as Universidades Federais de Rondônia (Unir), Pará (UFPA) e Amazonas (Ufman) tiveram de abrir novos concursos públicos para seleção de docentes, por falta de inscritos qualificados nos concursos anteriores. A maior dificuldade é preencher as vagas nos campi mais afastados das capitais. Das cinco novas unidades da instituição, a mais próxima da sede está a 720 km de Manaus. Outra unidade fica numa cidade de 20 mil habitantes, sem infraestrutura e sem acesso aéreo, na fronteira com a Colômbia e o Peru.
"É difícil um doutor querer morar num lugar assim. A gente enfrenta uma concorrência desleal, pois não existe uma política que dê um diferencial mais sedutor ao Norte. Aqui nunca é a primeira opção", diz o professor Albertino de Carvalho, pró-reitor de gestão da Ufman. "Para melhorar nosso atrativo, precisamos de recursos extras e de uma política de médio e longo prazos. E isso depende de uma decisão política: o País quer ou não criar condições para termos doutores capazes de aproveitar o potencial da região amazônica?", pergunta o pró-reitor de pesquisa e extensão da UFPA, Emmanuel Tourinho.
Como os salários das universidades federais são iguais em todo o País, quem tem mestrado ou doutorado prefere fazer a carreira acadêmica nas instituições do Sudeste e do Sul. Sediadas em cidades de médio e grande portes, elas são mais equipadas, em matéria de instalações físicas, equipamentos de informática, laboratórios e bibliotecas. E, além de oferecer melhores condições de trabalho, gozam de uma visibilidade internacional que as universidades federais das Regiões Norte e Centro-Oeste não possuem.
Além de registrar altos índices de evasão e expressivas taxas de ociosidade em alguns cursos, a maioria das universidades criadas nos últimos anos pelo governo Lula ainda funciona em canteiros de obras atrasadas, com aulas em prédios improvisados e sem dispor de infraestrutura. Por causa disso, algumas não estão conseguindo reter os estudantes beneficiados pelo sistema de cotas, que chegam despreparados da rede pública de ensino médio. As novas universidades tiveram a inauguração antecipada, a fim de que pudessem ser utilizadas como bandeira política para as eleições de 3 de outubro.
Para atenuar o problema do déficit de professores qualificados, a Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) lançou, em dezembro de 2008, um plano para estimular a criação de novos programas de pós-graduação, especialmente nas Regiões Norte e Centro-Oeste. E, seis meses depois, a entidade e representantes dos Ministérios da Educação (MEC), do Desenvolvimento e da Ciência e Tecnologia formaram uma comissão para começar a implantar o Programa de Apoio à Pós-Graduação (PAPG) ainda este ano. A ideia é levar as universidades situadas nas áreas mais carentes de professores qualificados a criar cursos de mestrado e doutorado adaptados às especificidades sociais e econômicas regionais, para que elas formem seus próprios quadros docentes. A iniciativa é importante, mas demorará para apresentar resultados, pois, como explica a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior do MEC, ela ainda é uma "proposta em construção".
O déficit de professores qualificados nas universidades federais mostra que o ensino superior público continua apresentando problemas e que o governo Lula, em seus dois mandatos, jamais teve uma política bem estudada para superá-los.
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