quinta-feira, 13 de maio de 2010

Recentes declarações sobre nosso desempenho econômico

Aos poucos os relatórios de empresas privadas de investimentos estão evidenciando realidades que, via de regra, acabam sendo maquiadas.

Há que se entender que investimentos de terceiros requerem certas garantias de retorno, sobretudo observando-se conceitos de segurança e de estabilidade, tanto de instituições públicas e privadas como da esfera pública, legislativa ou executiva, caso contrário acionistas não autorizam os investimentos, representados por seus portfólios de ações.

Apesar de avançarmos nos índices de "investment grades", também temos que considerar que não havendo sustentabilidade, com perenidade, nas economias latinas, objeto de recursos estrangeiros, haverá renitência em se aportar novos recursos.

Analisando-se, ainda que superficialmente, duas declarações recentes podemos fazer uma breve digressão sobre nosso futuro.

Clinton elogiou nossa elevada carga tributária como sendo um evidente fator de redução de desigualdade. Poucos dias antes, o relatório da Revista Forbes acusa que empresas de tecnologia e alto conteúdo agregado não estão presentes nas economias da A. Latina.

A primeira chama a atenção para cenários de curto prazo, que são resolvidos com melhores distribuição de renda para se reduzir a desigualdade. O segundo ressalta, nas entrelinhas, não haver condições atrativas para se investir por falta dos fatores no início comentados bem como um constante baixo índice de desempenho educacional e preparo para mão-de-obra para atender às complexas atividades das empresas cujos segmentos tecnológicos têm maiores capacidades de dar retorno, até, por intermédio de impostos ou investimentos diretos nas economias locais.

O que está faltando para nós é a discussão de como poderemos atingir a "maturidade" de desempenho econômico frente não só às nossas vissicitudes naturais (geografia, densidade demográfica, clima, topografia etc - reduzem o leque de variedades de indústrias a operarem no país) mas também, fazendo "frente" às tentações de estatismo e ideologia. O fato claro é que sendo bancos os principais investidores na maioria dos países da AL, o que se quer não é gerar riqueza e sim buscar abrigo temporário para outros dinheiros aquecerem, crescerem e fugirem para outros portos quando a situação lhes for mais aprazível.

A questão é: Como é que poderemos produzir de forma competitiva para o mundo quando temos restrição de natureza estrutural e, até ideológica, que encarecem, sobremaneira, o que é produzido nos países hermanos e anda, vencer uma gama complexa de barreiras, tributárias ou "postiças" se o índice de evasão escolar no continente é alto, o índice de energia elétrica, saneamento básico, saúde, vias de circulação etc são  muito baixos?

O que teria de louvável no reconhecimento da Sra Clinton se os países seguirem o exemplo do Brasil e aumentarem sua carga tributária tornando produtos americanos e europeus mais competitivos e aumentando o déficit da balança comercial dos países envolvidos? Importar mais deles do que exportar, gerando empregos, a título de exemplo, de nossas indústrias?

Até quando esses caras vão achar que aqui só tem apedeutas??

Desculpem o desabafo, mas com uma mídia assim, fica difícil.
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Um comentário:

  1. Vá catar coquinhos, Sra.Clinton. Imagino uma declaração dessas na campanha presidencial dos EUA... Ora, mais extorsão tributária, mais dinheiro para pagar apaniguados e - sobretudo - JUROS!

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