segunda-feira, 3 de maio de 2010

Bullying, a tecnologia a serviço dos brutos.



Bullying é, como fato, algo antigo em escolas.


Quando era estudande de ginasial no Col Pedro II, no Engenho Novo, no Rio nos idos de 1972, o bullying dava-se no trem, nas viagens do Eng Novo até Nova Iguaçu, na Baixada, quando tentava sobreviver aos ataques dos estudantes do Senai. Eles tinham como mochilas pernas de calças-LEE velhas onde carregavam de tudo, até ferramentas das oficinas e eram sua marca registrada bem como arma. Eles davam muito trabalho aos guardas ferroviários e destruiam o que podiam nos vagões. Eu tentava ficar inteiro. Apanhei muito, também bati, mas a coça era em maior quantidade, ao ponto de ser obrigado a ir de ônibus para a Escola, por jura de morte.

O tempo passou mas os comportamentos juvenis não. Também havia bullying, sem ser ou saber sequer este nome ou tendo esta situação criminalmente tipificada. No colégio, por ser filho de operário e morar na baixada havia uma tentativa de bullying por parte de alunos mais ricos, mas como a turma do subúrbio era maior, e éramos melhores no esporte, havia um certo "moral". Eu tinha como colega de turma e de futebol o Arlindo Cruz, o sambista e como grupo garantíamos a proteção uns dos outros. 

Quando estive fazendo um curso em Keesler Air Force Base, em Biloxi, Mississipi USA, em 1996, o "cyber bullying" já era comentado na base, na televisão, rádios, com palestras e workshops. Só que lá as denúncias funcionam. Recordo-me de um caso no início deste ano quando uma adolescente se suicidou, nos EUA, e a mulher e filha que causaram o bullying foram parar no tribunal. Aqui, em nosso país com esta enorme desigualdade de tratamento com base até na Constituição, nem tanto como a reportagem abaixo mostra. 


Lanço uma reflexão sobre a questão da diminuição da exclusão digital. Na medida que o acesso se amplie também se ampliará este tipo de comportamento. de difíceis controle e de resolução por parte da família. Talvez fosse necessário se tipificar criminalmente, dependendo das circunstâncias, contudo o problema maior estaria no Estatuto do Menor e do Adolescente. Vai ser um tema que precisa ser encarado de frente, em breve, muito em breve.

Vale a pena ler a reportagem da Veja esta semana.


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Um comentário:

  1. Ana Paula F. Cunha3 de maio de 2010 às 15:56

    Qualquer tipo de violência sofrida em qualquer idade e de qualquer intensidade é suficiente para nos trazer diversos problemas, tanto a nível físico quanto a nível psicológico, principalmente!

    Mas, sem dúvida, as vivenciadas na infância e na adolescência deixam marcas bem mais profundas, muito difíceis de serem apagadas.

    Desde criança que, infelizmente, me dei conta da existência de pessoas ruins (ou desequilibradas) neste mundo! Digo infelizmente pq isso me trouxe muitos prejuízos psicológicos e emocionais. Mas, graças a Deus, não guardo mais rancor nem mágoas de nenhuma dessas pessoas, e, talvez, foi graças a essas pessoas que aprendi desde cedo a me sensibilizar com o sofrimento alheio.

    Acredito que graças aos traumas do passado que hoje sou quem eu sou!

    Não guardo mais rancor e mágoa de ninguém pq hoje eu compreendo que EU não tive CULPA de nada e compreendo que essas pessoas não tiveram essa mesma compreensão que tenho e acabaram tornando-se pessoas altamente desequilibradas e infelizes e que dificilmente irão se recuperar e terão de carregar consigo, pro resto DESTA vida, muitas culpas e pendências com as leis divinas. E, cedo ou tarde, essas dívidas lhes serão cobradas e terão de ser pagas de qualquer maneira!

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