terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Congresso terá 60 reeleitos envolvidos em escândalos nos últimos dois anos

Com sempre digo: "Contra biotipo e idiossincrasia não se briga, procura se conviver da melhor forma possível."
Abaixo segue um retrato que se repete, anos a fio, do comportamento ético-democrático do cidadão brasileiro.
Vale conferir o painel montado pelo jornalista no link abaixo.


Maurício Savarese 
UOL Notícias - São Paulo




A posse das novas legislaturas na Câmara dos Deputados e no Senado, marcada para esta terça-feira (1º), renovará os mandatos de menos da metade dos 141 parlamentares citados em escândalos no Congresso nos últimos dois anos. O levantamento do UOL Notícias tem como base o monitor de escândalos, do jornalista Fernando Rodrigues.

Na votação de 2010, havia 88 deputados federais envolvidos em escândalos recentes que se candidataram à reeleição. Desses, 56 foram reconduzidos ao cargo. No Senado, onde apenas um terço das 81 cadeiras foram renovadas, quatro parlamentares afetados por denúncias conseguiram garantir mais oito anos na Casa.

Entre os reeleitos apesar das acusações nos últimos anos estão membros dos dois principais partidos da base de apoio da presidente Dilma Rousseff. Figuram quatro ministros, que deixarão o governo por alguns dias para assumir seus mandatos na Câmara dos Deputados e no Senado. Há também um dos candidatos à presidência da Câmara e líderes da oposição.

O atual presidente do Senado e provável sucessor de si mesmo, José Sarney (PMDB-AP), também figurou em vários escândalos nos últimos anos, mas está excluído do levantamento porque não renovou mandato em 2010. Há outros afetados por denúncias que saíram do Congresso para ocupar outros cargos, inclusive a Vice-Presidência da República.


Farra das passagens aéreas, mau uso de verba pública, nepotismo e o mensalão do Democratas, que apesar de ligado ao governo do Distrito Federal também implicou congressistas, estão entre os principais escândalos políticos de 2009 a 2010. Muitos expoentes desses casos, como Edmar Moreira (PR-MG), o “deputado do castelo”, não se reelegeram.

Reconduzidos apesar de escândalos
Pelo PT, partido com mais membros na Câmara, renovam seus mandatos nessa condição o ex-presidente da legenda Ricardo Berzoini e o ex-presidente da Câmara João Paulo Cunha, ambos de São Paulo. Pelo PMDB, voltarão aos gabinetes o deputado Henrique Eduardo Alves (RN), líder do partido na Câmara, e Renan Calheiros (AL), ex-presidente do Senado.

O deputado Sandro Mabel (PR-GO), azarão na disputa com Marco Maia (PT-RS) pela presidência da Câmara, também se reelegeu. O mesmo aconteceu com oposicionistas proeminentes, como o presidente do Democratas, deputado Rodrigo Maia (RJ), e o ex-líder da legenda na Câmara, Paulo Bornhausen (SC).
Quatro ministros que se envolveram com escândalos na última legislatura voltarão ao Congresso por alguns dias, onde tomarão posse e deixarão um suplente. São eles os ocupantes das pastas das Cidades, deputado Mario Negromonte (PP-BA), Turismo, deputado Pedro Novais (PMDB-MA), Previdência, senador Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN), e Minas e Energia, senador Edison Lobão (PMDB-MA).

Também estarão na Câmara nesta terça-feira para renovar seus mandatos os deputados Fábio Faria (PMN-RN), famoso por ter usado sua cota de passagens aéreas para transportar celebridades, e Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que tem a alta influência na Casa ameaçada pela falta de concessões pelo governo de Dilma.
Partidos e Estados

O PMDB, do vice-presidente Michel Temer, é o partido que mais reelegeu congressistas envolvidos em escândalos entre 2009 e 2010. Foram ao todo 15 deputados federais, incluindo o agora ex-senador Almeida Lima (AL), e três senadores. O segundo lugar é do PP, que manteve os mandatos de sete deputados federais afetados por denúncias.

O governista PR reconduziu ao cargo um senador e seis deputados que, de acordo com o monitor de escândalos, foram afetados por denúncias nos últimos dois anos. O PT, sigla da presidente da República, aparece logo em seguida, no quarto lugar, com seis deputados federais reeleitos apesar do envolvimento em escândalos.

Também aparecem na lista, reelegendo apenas deputados federais nessa situação: DEM (5), PSDB (3), PSB (3), PTB (3), PDT (3), PPS (2), PMN (1), PRB (1), PV (1) e PSC (1). Há ainda a mudança no status do presidente tucano, Sérgio Guerra, que deixa o Senado para engrossar as fileiras do partido na Câmara.
São Paulo, o Estado mais populoso do Brasil e que tem a maior bancada na Câmara, reelegeu oito deputados envolvidos em denúncias. O segundo nesse quesito, Minas Gerais, fez o mesmo com sete parlamentares.


A Bahia aparece na terceira posição, com cinco integrantes nessa situação. O Maranhão reconduziu quatro deputados e um senador. Goiás e Paraná reelegeram quatro deputados federais cada.

Também reelegeram deputados afetados por denúncias os seguintes Estados: Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Pará (três cada), Pernambuco, Ceará, Mato Grosso do Sul, Amazonas, Paraíba, Sergipe, Amapá, Tocantins e Acre (um).

Os Estados que reelegeram senadores envolvidos em escândalos são Alagoas, Espírito Santo, Maranhão e Rio Grande do Norte.

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