EDITORIAL
FOLHA DE S. PAULO
Os registros dos históricos médicos de milhares de pacientes amontoados em prateleiras e espalhados pelo chão, como mostrou reportagem na Folha na sexta-feira, revelam um problema do Instituto do Coração.
Um dos mais conceituados hospitais de São Paulo, o InCor realiza por ano cerca de 260 mil consultas, 13 mil internações, mais de 4.000 cirurgias e 2 milhões de exames de diagnóstico. O volume de papel decorrente desse gigantesco trabalho de atendimento à população requer um espaço condizente -são 30 mil novos prontuários por ano.
A reforma do arquivo, segundo os responsáveis pelo hospital, deverá ter início no mês que vem, com um custo estimado em R$ 500 mil. Uma possibilidade em estudo, sem dúvida a mais racional, é investir na informatização dos registros médicos, a exemplo de outros centros de excelência. Para tanto, o hospital ainda precisa cumprir exigências do Conselho Federal de Medicina.
Não se trata de mero capricho, mas de aspecto que afeta o serviço prestado. O histórico médico, com resultados de exames, registros de medicamentos administrados, cirurgias, sintomas e afins, é fundamental para um acompanhamento adequado da evolução clínica do paciente.
Segundo funcionários, em 30% dos casos os prontuários não são encontrados em meio à desordem que predomina no local, sem ventilação e com fiação exposta.
Em decorrência dessa situação receia-se até mesmo o risco de um incêndio consumir os documentos. No Natal de 2007, o quadro de energia elétrica em outro prédio do Hospital das Clínicas, não muito distante dali, pegou fogo e provocou pânico, além da suspensão do atendimento por dias.
Embora problemas mais dramáticos comprometam a qualidade do atendimento de pacientes na rede pública de saúde, a preservação dos prontuários não pode ser negligenciada.
Um centro como o Instituto do Coração, que recebe pacientes de diversas partes do Brasil e também de outros países, precisa ter um padrão de qualidade, em todas as áreas, compatível com a importância que conquistou.
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Se no InCor é assim... imagine nos demais...
ResponderExcluirProntuários eletrônicos são a solução! Solucionaria outro problema também: já que os profissionais das diversas categorias e setores não gostam de se comunicar entre si, a informatização das informações acerca dos pacientes poderia facilitar a interação e o repasse das mesmas.
Gostei bastante desse artigo, vc sabe me dizer se há concorrentes diretos o Incor?
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