sexta-feira, 30 de abril de 2010

You succker people


Certa vez assistindo a uma conferência de um professor especialista em A. Latina na Universidade de Colúmbia em Nova Iorque, durante o intervalo um assistente querendo se engraçar para um pequeno grupo de nós brasileiros, dentre quase sessenta diplomatas e militares dos países da AL, saiu com uma "You succker folks". é bastante indelicado, mesmo em NY falar para alguém "you suck". O infeliz quis parodiar sua impressão sobre nós do país do futebol (soccer) com este infeliz trocadilho.

Durante uma aula que proferi para alunos da National Defense University sobre o Brasil, em Washington, durante o intervalo uma pesquisadora me perguntou o que tínhamos de inserção no mercado global? 








Por ocasião de um seminário na Unversidade de Tucson no Arizona, um estudante, também de AL me perguntou: "What else you people do"? 

Enfim, entendo que muito disso se deva a nossa incapacidade de nos projetar, como sociedade desenvolvida, no mundo globalizado. Ficava extremamente irritado quando por ocasião de festas públicas internacionais que ocorriam em Washington, onde morei, nossos conterrâneos nos representavam com a inexorável coreografia do "índio", em danças e vestimentas. Quando não o indefectível samba e pagode. Perguntava-me se uma sociedade com quase 200 milhões de habitantes e uma farta economia não tinha nada de melhor a mais para falar, ao mundo, sobre o país.

Esta notícia me deixou feliz e realizado. Independentemente de gostar do Lula ou não ele teve o mérito de nos projetar muito bem no mundo durante o seu governo. Ressalte-se o "projetar", independente do que esteja ocorrendo ou o que fez para chegar e se manter no poder. Mas o fato é que nós estamos bem na foto por dois motivos claros e incontestes: O carisma que a pessoa Lula tem e nossa capacidade de responder bem, economicamente, aos desafios e à crise econômica. Este papel cabe somente a nós sociedade e não ao sorriso bonachão "tudaver" do homenageado, pois caso não tivéssemos um comportamento responsável os investidores internacionais não estariam sinalizando para o Sarkozy ou para o meio midiático nos confiando o título de bola da vez.

Estamos todos, também, de parabéns.


Post Scriptum: Meu estimado mestre Prof Gustavo Heck que leu a reportagem na íntegra me alertou que o Eng Jaime Lerner (Ele foi Pref de Curitiba), cujo projeto urbanistico Ligeirinho em Curitiba, foi referência mundial, também foi citado. 


Revista 'Time' escolhe Lula como um dos líderes mais influentes do mundo

Presidente brasileiro aparece em lista com americano Barack Obama.
Político brasileiro Jaime Lerner é citado entre 'pensadores'.

Do G1, em São Paulo

Lula
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva é um dos líderes mais influentes do mundo, segundo lista divulgada pela revista americana 'Time' nesta quinta-feira (29). Em um primeiro momento, a imprensa chegou a divulgar que ele seria o líder mais influente, pelo fato de Lula ser o "número um" da lista publicada no site da revista - uma lista numerada de 1 a 25 e que não está em ordem alfabética.
A revista posteriormente explicou que não há um ranking entre os líderes citados. Segundo o setor de Relações Públicas da revista, a decisão de colocar Lula com o “número um” se deu meramente por “razões editoriais”. “Os editores da revista consideraram que seria mais interessante colocar o texto de Michael Moore sobre Lula como o primeiro, o que não significa que exista um ranqueamento”, explicou a assessoria.
(...)
No texto sobre Lula, o documentarista Michael Moore apresenta uma breve biografia do presidente. "O que Lula quer para o Brasil é o que nós [dos Estados Unidos] costumávamos chamar de sonho americano", avalia.
A revista faz uma tradicional indicação anual das 100 pessoas mais influentes do mundo nas categorias "líderes", "heróis", "artistas" e "pensadores". O presidente americano Barack Obama também aparece na lista de líderes mais influentes da revista.
Bill Clinton aparece na lista dos heróis e teve sua apresentação redigida por Bono, e Lady Gaga na lista de artistas mais influentes, apresentada por um artigo de Cyndi Lauper. Na categoria pensadores, está o  ex-governador do Paraná Jaime Lerner.
(...)

Máxima de famosos...muito boas.

*Provocar pessoas inteligentes pode ser perigoso...*


*Na Câmara, ainda no Rio, quando seu presidente Ranieri Mazzini deu a palavra a Carlos Lacerda, representante do Distrito Federal, o deputado Bocaiuva Cunha foi rápido e gritou ao microfone, sob os risos do plenário: - Lá vem o purgante ! *
*Lacerda, num piscar de olhos, respondeu: - Os senhores acabaram de ouvir o efeito ! (Muito mais risos, até dos adversários...)

******************************
*Certa vez, Einstein recebeu uma carta da miss New Orleans onde dizia a ele:
" Prof. Einstein, gostaria de ter um filho com o senhor...
A minha justificativa se baseia no fato de que eu, como modelo de
beleza, teria um filho com o senhor e, certamente, o garoto teria a minha
beleza e a sua inteligência".
Einstein respondeu:
" Querida miss New Orleans, o meu receio é que o nosso filho tenha a
sua inteligência e a minha beleza". *

************************************************************* ***

*Quando Churchill fez 80 anos um repórter de menos de 30 foi
fotografá-lo e disse: *
*- Sir Winston, espero fotografá-lo novamente nos seus 90 anos...
Resposta de Churchill:
- Por que não? Você me parece bastante saudável... *

*************************************************************** ***

*Telegramas trocados entre o dramaturgo Bernard Shaw e Churchill, seu
desafeto.
Convite de Bernard Shaw para Churchill:
"Tenho o prazer e a honra de convidar digno primeiro-ministro para
primeira apresentação minha peça Pigmaleão. Venha e traga um amigo, se tiver."
Bernard Shaw.

Resposta de Churchill:
"Agradeço ilustre escritor honroso convite... Infelizmente não poderei comparecer primeira apresentação. Irei à segunda, se houver."
Winston Churchill. *

***********************************************************************

*O General Montgomery estava sendo homenageado, pois venceu Rommel na
batalha da África, na 2ª Guerra Mundial.

Discurso do General Montgomery:
' Não fumo, não bebo, não prevarico e sou herói '.

Churchill ouviu o discurso e com ciúme, retrucou:
' Eu fumo, bebo, prevarico e sou o chefe dele.' *

**********************************************************************
*Bate-boca no Parlamento inglês .

Aconteceu num dos discursos de Churchill em que estava uma deputada oposicionista, Lady Astor, do tipo Heloisa Helena do PSOL, que pediu um aparte . Todos sabiam que Churchill não gostava que interrompessem os seus discursos. Mas, concedeu a palavra à deputada.

E ela disse em alto e bom tom:
- Sr. Ministro , se Vossa Excelência fosse o meu marido, eu colocaria veneno em seu chá!

Churchill, lentamente, tirou os óculos, seu olhar astuto percorreu toda a platéia e, naquele silêncio em que todos aguardavam, lascou: *
*- Nancy, se eu fosse seu marido, tomaria esse chá com prazer ...
------------------------------------------------------------------------------------

***Lembro de um outra de Bernard Shaw:***

*Numa roda de bar, perguntado por que sempre beijava a mão das senhoras que lhe apresentavam, respondeu:
*- Bem, nós temos que começar por algum lugar ...*
.

O líder vale pela qualidade de suas decisões


Líderes são lembrados por suas decisões –as melhores e as piores. Noel Tichy, mais um pouco? Caso ou vou estudar no exterior? Picanha ou salmão? O somatório de decisões de menor ou maior impacto determina a qualidade de nossas vidas. As decisões que um líder toma no ambiente corporativo, no entanto, afetam muitas vidas. O somatório dos resultados das decisões que toma definem o sucesso ou o fracasso tanto dele mesmo como profissional quanto da organização. Daí sua importância. Líderes são lembrados por suas decisões –as melhores e as piores.

“Quando um líder demonstra, constantemente, boa capacidade de discernimento, pouca coisa importa além disso. Quando demonstra fraca capacidade, nada mais importa”, afirma Noel Tichy na revista Harvard Business Review. De acordo com ele, que já foi listado entre os dez maiores gurus da gestão pela BusinessWeek, a principal tarefa do líder é tomar decisões de discernimento que levem a resultados positivos.

Por “decisões de discernimento” (judgment calls), podemos entender aquelas que não obedecem a uma prescrição, isto é, que dependem, em boa medida, da capacidade de ponderação e de julgamento do decisor. Derivam, assim, da subjetividade. Essa é, também, uma expressão esportiva na língua inglesa. O árbitro de uma partida de futebol toma decisões de discernimento, com base em sua interpretação sobre o lance (e não estritamente com base nas regras). Uma decisão arbitrária.

Sendo arbitrárias, tais decisões carregam, em si, riscos que uma organização deseja reduzir. Assim, a escolha de um CEO (Chief Executive Officer) é fundamental, pois se trata de uma aposta em um indivíduo que seja capaz de tomar grandes decisões sobre pessoas, estratégias e crise. As decisões sobre pessoas são as mais críticas, porque é “quase impossível se recuperar de um fraco discernimento sobre pessoas”, segundo Tichy. Assim, escolher a equipe certa e desenvolvê-la é a tarefa maior do líder.

Tichy afirma que a melhor maneira de evitar erros nos processos sucessórios de CEO e construir uma organização vencedora é fazer com que líderes de sucesso na organização eduquem líderes futuros, transmitindo seu conhecimento.

As fases do discernimento
“Os líderes que demonstram, com frequência, bom discernimento, não estão apenas tendo uma série de maravilhosos momentos ‘Aha!’, ou de sorte”, explica Tichy. Ele defende que a decisão baseada em discernimento é um processo, e não um evento. Ele se desenrola em três fases:

• Preparação: etapa em que o líder sente e estrutura a questão, com base no conhecimento de si, da rede social, da organização e dos grupos de interesse, e alinha a equipe para que ela perceba a relevância da decisão.
• Decisão.
• Execução: quando o líder faz acontecer, enquanto aprende e realiza os ajustes necessários.
Os líderes podem não ser capazes de mudar suas decisões, mas podem, quase sempre, mudar o curso durante a execução, se forem abertos ao feedback e comprometidos com a conclusão do processo.

Refazendo
Conforme aumentam a complexidade e a incerteza em torno das decisões, ganham importância os processos de revisão da decisão, a que Tichy deu o nome de “re-do loops”.
Um exemplo extraído da história de A.G. Lafley, o ex-CEO da Procter & Gamble, deixará esse ponto mais claro.

Logo que assumiu a empresa, Lafley, desejando colocá-la em sintonia com o cliente, tomou uma decisão apressada: contratou alguém de fora que colocava a parte técnica em segundo plano, Deb Henretta, para liderar a área de cuidados com o bebê. No entanto, Lafley pulou a etapa de alinhar a equipe, que era mais voltada aos aspectos técnicos dos produtos, na direção do sucesso dessa decisão, e a resistência foi inevitável.

Ele, então, convocou uma reunião na qual cada membro de sua equipe teve a oportunidade de defender algum candidato ao cargo. Sabendo que se tratava, também, uma questão de cultura estratégica, a qual pretendia mudar, ele levou a opinião dessas pessoas a sério. No entanto, ao final da reunião, ele ainda acreditava ter feito a escolha certa. Assim, explicou seus motivos detalhadamente. Ainda que o resultado não tenha deixado todos felizes, Lafley conseguiu neutralizar a resistência, antes de seguir adiante. Henretta pôde reavivar a área de bebês e acabou sendo promovida à liderança das operações da P&G na Ásia.
Em seu livro, Tichy cita A. G. Lafley, CEO da Procter & Gamble, juntamente com Jeff Immelt, CEO da General Electric, como pessoas que levam suas organizações de sucesso em sucesso. “Quando erram, são capazes de se recuperar rapidamente, pelo seu poder de discernimento.”

Sobre Noel Tichy
Tichy, professor de administração de empresas na Ross School of Business da Michigan University, é reconhecido como uma autoridade em desenvolvimento de líderes. Desenvolve atividades nessa área por meio da Action Lerning Associates, uma empresa baseada na Inglaterra, das palestras e dos diversos artigos e livros que publica, entre eles Decisão! Como líderes vencedores fazem escolhas certeiras (ed. Bookman), escrito com Warren Bennis.



Referências bibliográficas

BENNIS, W. e TICHY, N. How Winning Leaders Make Great Calls. Nova York: Penguin Group, 2007.
BROWN, T. “Companies don"t develop leaders – CEOs do: an interview with Noel Tichy”. Boston: Harvard Business Review, 1 out. 1997.
TICHY, N. “A.G. Lafley, judgment, and the re-do loop”. 12 jun. 2009. Disponível online em <http://blogs.harvardbusiness.org/now-new-next/2009/06/ag-lafley-judgment-and-the-red.html>. Acesso em 9 jan. 2010.
BENNIS, W. e TICHY, N. “Making judgment calls”. Boston: Harvard Business Review, 1 out. 2007. Disponível online em <http://hbr.org/2007/10/making-judgment-calls/ar/1>. Acesso em 9 jan. 2010.
.

quinta-feira, 29 de abril de 2010

Ameaça à segurança na fronteira


Há uma leitura sutil por detrás desta notícia que a mídia poderia explorar mais. A propósito da situação de Battisti que teve até um périplo de congressistas visitando-o e tirando fotos ao lado dele, estes integrantes têm a proteção do nosso Estado que hoje é dirigido, nestes segmentos, por pessoas ligadas ao FSP. Assim, você que elegeu esta turma, é conivente, lamento lhe informar, caso não consiga fazer uma ligação entre seu voto e o que venha a acontecer muito além da retórica muito bem elaborada pelo marketing político.

Enfim, este problema só se controle, resolve e dirime de vez por intermédio de inserção do cidadão à economia produtiva. Para tanto temos que exigir uma menor interferência de ambientalistas nas ações de promoção de desenvolvimento, cobrar uma imediata ação mais objetiva dos PAC´s com ampliação da infra-estrutura de transporte, energia, saneamento básico, telefonia móvel, telecomunicações etc a fim de que possa haver estofo, amparo, permitindo que empresas dos diversos setores lá se instalem e promovam empregos e aquecimento da economia. Ao mesmo tempo poderíamos descobrir quem dentre os deputados que elegemos, também pertence ao Parlamento do Mercosul e passar a encher sua caixa postal de telefone e emails de cobranças sobre uma menor ação e gestão de ideologia neste importantíssimo mercado.

Acreditem ou não, temos potencial, Brasil e Argentina, de suportar os dois menores países e competir com igualdade com os Mercado Comum Europeu. Só perderemos por razões óbvias, para o NAFTA.


A prisão de quatro brasileiros acusados de cometer o atentado contra um senador paraguaio aliado ao governo do presidente Fernando Lugo, que resultou na morte de duas pessoas, deixa claro que a ação violenta dos grupos de narcotraficantes e de bandos autodenominados revolucionários, como o Exército do Povo Paraguaio (EPP), que atuam no norte do Paraguai e na fronteira com o Brasil, tornou-se um problema de segurança para os dois países. A despeito do estado de exceção em vigor em cinco departamentos (equivalentes aos Estados no Brasil) e que dá ao governo paraguaio mais poderes para combater esses grupos, a situação exige atenção redobrada das autoridades policiais brasileiras. Brasília também precisa reexaminar a situação de três dirigentes do EPP que vivem como refugiados no País e daqui controlam ações do grupo.
Na quarta-feira, o senador Robert Acevedo, do Partido Liberal Radical Autêntico, foi atacado na cidade fronteiriça de Pedro Juan Caballero gêmea de Ponta Porã, no departamento de Amambay. Há suspeita de que os dois brasileiros presos tenham ligação com a facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC).
Não há barreiras nem postos de controle de circulação entre a cidade paraguaia onde ocorreu o atentado e a brasileira de Ponta Porã, no Estado de Mato Grosso do Sul. É livre o trânsito entre as duas, tanto de pessoas como de mercadorias. É numa praça utilizada indistintamente por paraguaios e brasileiros e situada exatamente sobre a fronteira entre o Paraguai e o Brasil que os presidentes Fernando Lugo e Luiz Inácio Lula da Silva deverão se encontrar na segunda-feira. Em seguida, do lado brasileiro da fronteira, se reunirão para discutir assuntos de interesse dos dois países.
Ações violentas atribuídas ao EPP são registradas na região desde junho de 2008, quando foi sequestrado um fazendeiro do departamento de Concepción, que também faz fronteira com o Brasil. Em outubro do ano passado, foi sequestrado outro pecuarista, no mesmo departamento. Ambos foram libertados mediante pagamento de resgate que se calcula em até US$ 1 milhão.
Na semana passada, foram assassinadas quatro pessoas que investigavam o roubo de gado em duas fazendas da região, num crime atribuído pelos fazendeiros e pelo governo ao EPP. Imediatamente após essas mortes, o presidente Fernando Lugo enviou ao Congresso projeto instaurando o estado de exceção em cinco departamentos.
Com o estado de exceção, as autoridades podem utilizar militares e policiais para garantir o cumprimento da lei, podem decretar a prisão de pessoas sem consulta prévia à Justiça, encaminhar os presos para qualquer ponto do país e impedir a saída do Paraguai de pessoas que estiverem sendo processadas. Lugo queria que a medida vigorasse por 60 dias, mas o Congresso a aprovou por 30 dias, prorrogáveis por mais 30.
Na segunda-feira, foram enviados mil policiais e militares para os departamentos onde vigora o estado de exceção, e nos quais vive a maioria dos 300 mil brasileiros radicados no Paraguai. Com a operação, o governo espera capturar pelo menos 25 membros do EPP.
Trata-se de um grupo diminuto. Calcula-se que tenha no máximo 100 integrantes, que proclamam compromissos ideológicos, mas que agem como delinquentes comuns. É provável que receba alguma forma de apoio das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), hoje uma quadrilha especializada no tráfico de drogas e na extorsão mediante sequestro.
Três dirigentes do EPP vivem no Brasil como refugiados, condição reconhecida pelo governo brasileiro há seis anos e que impede sua extradição. O embaixador paraguaio perante as Nações Unidas em Genebra, Federico González, solicitou a interferência da ONU para fazer o governo brasileiro mudar o status dos militantes do EPP.
O governo paraguaio alega que os três são fundadores do EPP e coordenam as atividades do grupo no Brasil. Entre essas atividades estaria a transferência para as Farc de parte do dinheiro obtido com os sequestros no Paraguai. "O refúgio não pode ser sinônimo de impunidade", afirmou González.
.

A avaliação de funcionários


Esta é uma das melhores notícias dos últimos meses. Realmente alvissareira.

Parabenizo o Pres. Lula pela coragem de prosseguir um movimento iniciado no governo FHC pelo então Min Bresser Pereira bombardeado incolumemente pelo próprio PT. De fato estou esbasbacado...e extremamente feliz e esperançoso. Talvez daqui a alguns anos a nossa carga tributária que também ajuda a sustentar os mamateiros, venha a ter uma sutil diminuição.

Recomendo aos amigos o livro do Prof  Vicente Falconi,
 "O Verdadeiro Poder" onde ele fala do assunto com mais propriedade, posto que foi contratado no início do Governo de Aécio Neves que ajudou, sobremaneira, com este tipo de iniciativa, a Adm Pública mineiro o que ajudou, em parte, a manutenção de elevados índices de aceitação popular daquele governador.

Aos amigos mais antigos distribuí cópia de um excelente artigo sobre este assunto e sugeri que fosse lido, meditado e arquivado para consultas futuras. Quem o quiser use o email do blog para me informar da necessidade.

Amigos, este tipo de ação estimula a governança pública, exercida por cidadãos sobre os funcionários públicos que são pagos pelo dinheiro que o contribuinte paga fielmente em todas as suas despesas. Se quisermos diminuir os custos básicos dos serviços públicos é uma ótima maneira de começar.

Ah!! Por uma questão de justiça, caso o oponente venha a ganhar ele manterá tal ação por uma questão de coerência com sua atual administração. Se ele vier a dizer que "nunca dantes no país de Abrantes...ou seja, nunca antes foi feito" voltarei com este artigo para todos para fazer justiça ao atual.





A incorporação pela administração pública federal de critérios para avaliação do desempenho dos seus servidores, de acordo com decreto recentemente assinado pelo presidente da República, representa um avanço na direção da redução da burocracia e do melhor atendimento aos cidadãos. Pelas novas normas, que serão plenamente implementadas no prazo de um ano, as gratificações pagas aos servidores, que podem chegar até a 100% dos seus proventos fixos, passarão a ser concedidas de acordo com o empenho de cada um no cumprimento de metas a atingir ou na condução de planos de órgãos federais.
A inovação pode concorrer para mudar a imagem estereotipada do servidor público, visto por muitos como descomprometido com o trabalho, mestre em desculpas por atrasos e negligente na prestação de suas obrigações. Faça-se, no entanto, justiça: não são poucos os funcionários públicos federais, estaduais e municipais que primam pelo zelo e competência em suas funções e pela boa vontade em atender os cidadãos, que, afinal, pagam os seus salários.
Pelo sistema que começa a ser colocado em prática em 48 carreiras do serviço público federal, abrangendo 200 mil pessoas, o pagamento das gratificações passará por uma avaliação individual que será realizada periodicamente. Outras seis carreiras públicas já adotam esquema semelhante. Neste processo, o resultado da nota de cada um será determinado em 15% pela autoavaliação do funcionário, 60% pela sua chefia imediata e 25% pelos seus colegas, o que incentiva o trabalho em equipe.
Os funcionários que obtiverem notas baixas não só ficam sujeitos a receber um adicional menor na mesma proporção da nota recebida, como serão encaminhados para cursos de treinamento ou reciclagem, que os próprios órgãos públicos podem oferecer ou para instituições especializadas em capacitação profissional. Sendo o emprego público estável, está excluída a hipótese de demissão, a não ser pelos motivos previstos em lei.
Não é um sistema perfeito, mas representa uma absoluta inovação no serviço público federal ao introduzir nele, de forma transparente e responsável, a meritocracia. Quando declarou ao Correio Braziliense (18/4) que se trata de uma mudança de cultura no setor público, Simone Velasco, da Secretaria de Recursos Humanos do Ministério do Planejamento, não cometeu nenhum exagero. Efetivamente, como ela ressaltou, não se pode mais deixar que o servidor evolua na carreira apenas pelo tempo de serviço.
Isso é tanto mais verdadeiro em face da evolução dos métodos informatizados de trabalho, que estão exigindo melhor qualificação dos servidores públicos. Houve, por exemplo, notável melhora em alguns setores do governo, com o recebimento de dados pela internet e o fornecimento pelos órgãos públicos, pela mesma via, de registros, certificados, licenças, etc. Mas a papelada exigida de qualquer empresa para a condução de seus negócios ainda representa um pesado custo, que a eficiência dos serviços públicos pode contribuir muito para amenizar. E a burocracia ainda inferniza a vida de milhares de cidadãos.
Seria de esperar que o maior uso de tecnologia, como ocorreu no setor privado, levasse a um menor número de admissões de funcionários, mas não é o que se pode concluir em vista da elevação constante dos gastos correntes do governo federal. Faz parte dos hábitos o preenchimento quase automático de vagas abertas com aposentadorias, além da contínua expansão do aparelho governamental. Isso não deveria ocorrer, havendo como há ganhos de produtividade. Os quadros dos órgãos públicos, em alguns casos, podem ser enxugados e pode haver também remanejamento de servidores para outras áreas em que possam ser úteis.
Muito há ainda que fazer para racionalizar a administração pública, como se vê. O decreto de avaliação de desempenho mostra que a administração pública cuida de se modernizar para poder acompanhar a evolução da sociedade brasileira.
.

Amizade



























A amizade não é uma relação com alguém que se conhece há muito tempo, mas com alguém que chega, nos cativa e fica para sempre em nosso coração.





quarta-feira, 28 de abril de 2010

O que o Mercosul e o Paraguai tem a ver com você?


Muito!!
Todas as vezes que vc se deparar com alguém nas ruas sem eira nem beira, ou nas esquinas prontas para, eventualmente, cometerem um delito ou, até mesmo, um crime, lembre-se que o motivo econômico tem uma forte base por detrás dessa realidade.

O problema é que não se consegue perceber, contudo, as realidades retratadas nas notícias abaixo guardem sua correlação e pertinência. Assim, sugiro a leitura dos links abaixo: Rebeldes do EPP e Farc teriam se reunido em território brasileiro.

Este fato é resultado de circulação em regiões de difícil acesso onde o Estado não consegue se fazer presente. Não se faz presente por não haver elementos de desenvolvimento, dentre eles o econômico. Não o há em função das dificuldades de investimentos, quando não das barreiras dos ambientalistas e seu intuito de preservação versus o de nosso desenvolvimento.

Também não há circulação pois os estímulos que haviam, ainda na época do Milagre Econômico Brasileiro onde as cidades-âncoras foram implantadas (Dourados, Ponta-Porã, Toledo, Maringá, Cascavel, Corumbá - apenas para se citar aquelas em torno da atual zona de conflito) perderam sua capacidade de gerar maiores riquezas por falta de investimentos externos e internos onde os investidores percebecem que valeria a pena com bons retornos.

Neste particular a feliz iniciativa bilateral de se implantar o Mercosul, com a adesão dos "menores", Uruguai e Paraguai, poderia gerar pólos industriais, agriculturais e de serviços que gerariam legiões de empregados que evitaria que eles emigrassem para imigrarem nos grandes centros e viverem em situação de miséria nos bolsões marginais das grandes cidades.

Mais aí entra a nossa peculiar, quando não absolutamente ideologizada, política externa (
Por que a nossa política externa é assim ) que vem gerando dificuldades incontáveis a integração do Mercosul (Mercosul e integração regional)   .

Observa-se, nesta catada de notícias perdidas e longe das primeiras páginas dos periódicos, que há anos vem tomando corpo ações de cunho doutrinário do Foro de São Paulo que, por coincidência, como signatários, todos os atores elencados nas três reportagens.

O que dá para um leitor curioso inferir é que o insucesso do Mercosul, como vetor de desenvolvimento e de segurança social não consegue decolar por não haver interesse dos atores envolvidos neste imbróglio.

Enfim, no fundo isto só acontece por causa do contumaz cochilo de nossa "democraticamente cochilante" sociedade. Depende de você, também, ao se interessar com estes temas, que a situação comece a mudar.

Há que se atentar. Estes movimentos vêm crescendo naquela área e a exemplo do que o México hoje enfrenta, o Brasil deveria adotar o papel que os EUA deixou de fazer naquelas áreas fronteiriças: desenvolver mais o mercado e a inserção global dos quatro países.
.

Napoleão, ignorantes e a iniciativa

Não sei se é verdade o texto abaixo, via de regra a literatura executiva tem uma boa tirada e atribui a uma figura famosa na história para dar densidade.

De toda forma vale a pena refletir. Eu como chefe já passei por muitas das abaixo descritas...a exceção dos generais, claro.


Dizem que Napoleão Bonaparte classificava seus soldados em 4 tipos:
 
1. Os inteligentes com iniciativa;
2. Os inteligentes sem iniciativa;
3. Os ignorantes sem iniciativa; e
4. Os ignorantes com iniciativa.
 
. Aos inteligentes com iniciativa, Napoleão dava as funções de cmt gerais... estrategistas; 

. Aos inteligentes sem iniciativa, Napoleão deixava-os como oficiais a receberem ordens superiores... para cumpri-las com diligência ;

. Aos ignorantes sem iniciativa, Napoleão os colocava à frente da batalha; e

. Os ignorantes com iniciativa, Napoleão odiava e não queria em seus Exércitos.

. Um ignorante com iniciativa é capaz de fazer besteiras enormes e depois dissimuladamente, tentar ocultá-las;

. Um ignorante com iniciativa faz o que não deve, fala o que não deve, até envolve-se com quem não deve e depois diz que não sabia; 

. Um ignorante com iniciativa faz perder boas ideias, bons projetos, bons clientes, bons fornecedores, bons Homens públicos; 

. Um ignorante com iniciativa produz sem qualidade, porque resolve alterar processos definidos e consagrados; e 

. Um ignorante com iniciativa é, portanto, um grande risco para o desenvolvimento e o progresso de qualquer empresa ou instituição.

Não precisamos dele... tampouco Napoleão os queria.

Você identifica em sua vida, em sua empresa e nas instituições públicas e governamentais os 4 tipos de soldados de Napoleão? 
.

O que falta à nossa democracia?



Este texto é um bom recorrido histórico a título de anúncio de fatos importantes. Contudo, a questão ideológica maculou a análise do articulista.

Estive no Chile em estudos e seminários e os membros da Academia de Altos Estudos reconhecem o boom econômico na caricata ditadura Pinochet, como quer fazer acreditar o autor.

Quanto à reserva de mercado, nosso parque industrial não sobreviveria às importações de empresas como a IBM ou o Carrefour se não houvesse a proteção.Tampouco teríamos a EMBRAER, as empresas do Vale do Paraíba, do pólo de Franca, da Zona Franca de Manaus, não teríamos o desenvolvimento em pesquisas agrícolas que viabilizou a EMBRAPA que hoje torna nossa agricultura um agrobusiness, não teríamos Sinop no Mato Grosso, talvez Campo Grande fosse ainda a segunda maior cidade do Mato Grosso e não uma capital. Talvez não tivéssemos Dourado ou o polo no interior do Paraná, de Petrolina, ou o Vale do Itajaí. Falar para uma platéia que não tem o hábito de estudar História é fácil.

Todavia há um mérito na análise do articulista que torna suas conclusões válidas. É um bom marco de análise histórica. Vale a pena ler e refletir.

Fábio Giambiagi - O Estado de S.Paulo
Há algumas semanas se cumpriram 25 anos do restabelecimento da democracia no Brasil  por democracia se entende a existência de um governo civil, representativo da maioria da população.
Embora as primeiras eleições diretas depois de 1964 só viessem a ocorrer em 1989, é evidente que a chapa Tancredo Neves/José Sarney, eleita para assumir em março de 1985, representava, naquele momento, os anseios da maioria da população, embora as circunstâncias do destino tivessem definido na hora final o nome de Sarney como sendo o de quem iria comandar o País nos anos seguintes.
Os anos 80 foram marcados por processos de redemocratização em vários países da América Latina, entre os quais os casos mais importantes foram os do Brasil e da Argentina (pela importância de ambos os países) e, mais tarde, do Chile (por tudo o que representava de imagem quase caricaturesca de uma ditadura, o governo do general Augusto Pinochet).
Decorrido um quarto de século daquele momento histórico do País, em 1985, o que podemos dizer?
Em relação ao Brasil daquela época, o País de hoje se diferencia de forma marcante em três aspectos.
Em primeiro lugar, a democracia vai se consolidando cada vez mais. Depois de termos ultrapassado a difícil transição para o governo civil, passamos bem pelo teste do processo de "impeachment" contra Fernando Collor, pela experiência de um ciclo político completo de oito anos com Fernando Henrique Cardoso sem qualquer perturbação militar, pela alternância de poder de 2003 e por um governo de um partido com origem na esquerda; em todos os casos, com pleno respeito aos cânones e padrões de qualquer democracia.
Nesse sentido, o Brasil é um país maduro.
Em segundo lugar, a estabilidade é uma diferença enorme em relação ao Brasil de um passado distante, da época dos 2.000% ou 3.000% de inflação anual.
A vida cotidiana, a agenda política, a autoestima da nação, etc., são completamente diferentes em um país com uma inflação em torno de 5% ao ano do que em outro onde essa era a taxa de inflação de dez dias.
Finalmente, a modernização da economia nesses 25 anos é patente, para quem acompanha a vida do Brasil desde aquela época.
O País passou de uma economia onde as empresas sobreviviam ao custo de uma reserva de mercado e de níveis de proteção completamente anacrônicos a um "global player", com várias empresas globais em condições de disputar de igual para igual os mercados mundiais com as melhores empresas do planeta, níveis de atração de investimento estrangeiro inimagináveis há apenas 15 anos e que se prepara para uma grande onda de investimentos, associados à exploração dos recursos do pré-sal e aos grandes eventos esportivos de 2014 (Copa do Mundo) e de 2016 (Jogos Olímpicos).
Embora sem ter o mesmo destaque, porque nesse caso a diferença não é tão marcante, cabe citar uma quarta mudança, relacionada com a redução do contingente de indivíduos que vivem na extrema pobreza e a diminuição, ainda que incipiente, dos indicadores de desigualdade, como o Índice de Gini.
O que falta, então, à guisa de balanço, para o Brasil completar a sua trajetória de desenvolvimento? Em linhas gerais, pode-se dizer que a agenda ideal envolve quatro pontos:
1)O ataque à extrema pobreza como uma mazela inaceitável. Não é admissível que um país como o que o Brasil aspira a ser daqui a dez anos comporte ainda contingentes populacionais expressivos de pessoas que ganham níveis miseráveis de rendimento. Houve avanços importantes nesse campo nos últimos 15 anos, mas é preciso progredir mais ainda de agora em diante;
2)A melhora das condições de segurança nas grandes cidades. Embora tenha havido progressos em São Paulo e comece a haver, mais recentemente, avanços no Rio de Janeiro, estamos muito distantes dos níveis de segurança que se pode ter caminhando nas grandes cidades dos países desenvolvidos. A necessidade de assumir essa agenda é óbvia e a sua relação com o bem-estar dos indivíduos, também;
3)A modernização da classe e das atitudes da classe política. Enquanto a economia brasileira "saiu bem na foto" na crise de 2009 e as empresas brasileiras se revelam pujantes, a sucessão de escândalos nas páginas de política nacional envergonha qualquer cidadão com um mínimo de decência;
4)O investimento, em legislação e em recursos, para que a justiça funcione melhor. A sensação de que, usando a taxonomia de Elio Gaspari, há, para vários campos da vida nacional, um "andar de cima" para quem, entre outras coisas, as leis não se aplicam é uma chaga da vida nacional.
A tarefa de conseguir que indivíduos com recursos que infrinjam a lei sejam efetivamente julgados, condenados e presos, sem se valer das infindáveis possibilidades de recurso, é, provavelmente, uma das maiores tarefas pendentes da democracia brasileira.
Se essas questões forem encaradas e resolvidas com êxito nos próximos dez anos, o Brasil de 2020 será muito melhor do que o de 2010, assim como o de 2010 é claramente superior ao de 1985.
É ECONOMISTA. AUTOR DO LIVRO "REFORMA DA PREVIDÊNCIA" (ED. CAMPUS)
.

LEALDADE MILITAR - José Nogueira Sobrinho

LEALDADE MILITAR
    José  NOGUEIRA Sobrinho – Ten Cel Esp Av Ref
    Oficial de Segurança de Voo, Oficial de Manutenção e Engenheiro de Voo da Força Aérea
    “Sempre fui soldado, de alma e coração.”
  Marechal-de-campo Alberto Kesselring.
 
             1 – CONCEITO
          Para o soldado, a lealdade faz tripé com a hierarquia e a disciplina e não pode ser dissociada da ética militar, da moral e do caráter pessoal.

    O Marechal-de-campo Lord Caver, no livro Os Generais de Hitler, autor do capítulo nove sobre o Marechal-de-campo Erich Von Manstein, comenta a respeito:“Oficiais das Forças Armadas de todos os países estão acostumados ao conflito entre a lealdade aos seus subordinados e a lealdade aos seus superiores e, às vezes, ao conflito de lealdade a superiores diferentes”. E que oficiais podem enfrentar igual conflito de lealdade entre os seus chefes políticos e os interesses das Forças Armadas e os da própria nação.

    Este trabalho aborda alguns aspectos que precisam ser aprofundados da lealdade militar e vale-se do Exército alemão, e seus oficiais, apenas como referência histórica, e visa reforçar no oficial, responsável pelo bem-estar da tropa, conceitos que ajudem a resolver problemas, a razão de ser do oficial. 

          2 – LEALDADE AOS SUBORDINADOS
          Cumplicidade (não confundir com promiscuidade, permissividade) é a palavra-chave da lealdade aos subordinados, e compete ao oficial estabelecê-la no estrito cumprimento da missão. Isso porque as ordens, fragmentárias por natureza, precisam se adaptar às condições objetivas (táticas) e para as flexibilizar, o oficial precisa de preparo para se aproximar do subordinado e conhecê-lo, como fazia o Marechal-de-campo Walter Von Reicheneau, que “sempre manteve o seu amor à tropa, mesmo depois de marechal”.

          Burlando o Tratado de Versalhes, o Exército alemão rearmava-se para a escalada nazista da II Grande Guerra. Para os recrutas, repetia-se a velha piada:“Vocês chegam aqui como civis e sairão como seres humanos”. O Marechal Reicheneau, mentor do rearmamento alemão, contra-argumentava: não se deve dizer a esses jovens “vocês não sabem de nada, não podem fazer nada”, mas sim, estimulá-los, dizer-lhes que já sabiam de um bocado de coisas, que eram capazes, mas que aprenderiam mais e se tornariam bons soldados (in obra citada, Os Generais de Hitler, p. 230). O alemão, claro, tornou-se o melhor soldado do mundo porque foi preparado para isso, e o pensamento do marechal revela a essência da lealdade (e das demais virtudes militares): respeito.

         Cumplicidade, então, confunde-se com liderança, definida por Lord Nelson como “a arte de fazer-se querer, aliada ao talento de fazer-se respeitar”,para que, de fato, e não apenas de direito, possa o oficial marchar ombro a ombro com a tropa envergando a mesma farda. 

          3 – LEALDADE AOS PARES
          Se bem que a antiguidade em cada posto atropele a idéia de par, a lealdade entre pares passa pela camaradagem sem os formalismos da conhecida e mais abrangente “camaradagem militar”, que quase sempre não passa de mera expressão da “linguagem sedutora” institucional.

       A lealdade aos pares, por conta de interesses crescentes (promoções, cargos, comissões) que, aos poucos, minam a pureza dos primeiros anos da carreira, passa pelo cuidado de subordinar as ambições pessoais ao verdadeiro espírito de competição. 

          4 – LEALDADE AOS SUPERIORES
          Segundo Weber, há a ética das convicções e a ética da responsabilidade. No cumprimento da     missão, as convicções são balizadas pela disciplina intelectual (lealdade aos superiores), pois fala mais alto a responsabilidade do subordinado de apresentar resultados, desde que moralmente aceitáveis.  

          É preciso inteligência e senso de oportunidade para explorar a fundo a   disciplina intelectual. Tanto da parte do superior, aberto ao diálogo e às idéias novas, como do subordinado, que não pode ter medo de pensar e agir com competência no campo de ação para o qual se capacitou.

    A lealdade diferencia-se da submissão ao superior (e da opressão ao subordinado) na franqueza, na coragem, no preparo para dizer respeitosamente, e na hora certa, o que precisa ser dito. “Tato, e não o silêncio, é de ouro” (Samuel Butler). 

             5 – LEALDADE AOS SUPERIORES DIFERENTES
      Nesse caso, os conflitos aparecem quando, na cadeia de comando, há divergências doutrinárias, operacionais, administrativas ou simples confronto de egos.

    Evidentemente, cabe ao subordinado valer-se das oportunidades para, junto às partes, dirimir dúvidas, pois não pode deixar de decidir o que precisa ser decidido. E se nem isso for possível, decidir o que precisa ser decidido, deverá, além de se documentar, comunicar o ocorrido, de preferência por escrito, para não ser desleal e omisso. E lembrar que a simples comunicação do problema não pode levar ao esquecimento e à acomodação, como se a responsabilidade fosse agora só do superior.

    O General Guderian, um dos comandantes alemães da invasão da França na II Grande Guerra, foi taxativo a esse respeito: “A batalha contra nossos superiores dá, às vezes, mais trabalho do que contra os franceses”. As tropas alemãs entraram em Paris no dia 14 de setembro de 1940. 

            6 – LEALDADE AOS CHEFES POLÍTICOS
    Ao chefe político (presidente, ministro da defesa, congressistas), não necessariamente entendido na arte da guerra, mas com certeza conhecedor da alta estratégia nacional aplicável ao campo militar do poder nacional (que não se limita só às Forças Armadas), cabe declarar a guerra e estabelecer os objetivos políticos a alcançar.

    Ao chefe militar compete conduzir a guerra estabelecendo estratégias (a arte dos generais) como meios para atingir os fins políticos. Nesse contexto, cada arma (do coronel ao soldado) persegue os meios para atingir os fins com suas táticas nos campos de batalha (missões).

    É por aí que se definem as atribuições de civis e militares, que por sua vez definem o modo, entre outros, de lealdade. Os generais, visando a defesa nacional, dimensionam as necessidades da tropa, cabendo aos civis prover essas necessidades, sob pena de sucateamento das armas. Quando o sucateamento começa a tomar forma (ou qualquer outra ameaça à segurança nacional) e não é interrompido, está na hora de forçar o diálogo, para que a lealdade não acabe em submissão, inaceitável diante da lealdade incondicional à pátria.

    A propósito, é bom ter em mente o que disse Seydlitz, na batalha de Zorndorf (Guerra dos Sete Anos): “Depois da batalha, o rei pode dispor de minha cabeça como quiser, mas, durante a batalha, ele generosamente me permitirá que eu a use”.

    Não há saída. Ousa-se, mesmo à custa da própria cabeça, ou capitula-se. 

    7 – CONCLUSÃO
    Entre as virtudes militares, a lealdade é a virtude militar por excelência. Sua prática consciente exige preparo intelectual conseqüente da formação do militar. O oficial, antes de tudo um cavalheiro, deve ter mente administrativa e cartesiana, ser culto, poliglota e viajado, para não precisar da falsa virtude da supervalorização, quase sempre substituta do mérito pessoal.

    O mérito se completa com a virtude e, juntos, consolidam a instituição que, para ser verdadeira, precisa estar acima dos homens.

    Mestre do Iluminismo, Montesquieu pregava a necessidade de solidez da instituição, pois nada se constrói somente com a virtude dos homens, embora, sem a virtude, nada se sustente.

    Com ética e verdade, FORÇA AÉREA, BRASIL!
    Recife – 2008 – Reproduza e divulgue – “ENSAIOS”  – pág 11/12
.

GEOMAPS


celulares

ClustMaps