quarta-feira, 21 de abril de 2010

O que os gestores têm em comum?


Eu incluiria uma capacidade adicional: A de saber ler o cenário circundante ao da organização, seja o que interfira na cadeia produtiva imediata ou de médio e longo prazo.

Os dois exemplos falam de empresários que se prepararam para oportunidades que tiveram fartos apoios governamentais sejam de isenções fiscais, notadamente no início da zona franca, seja por financiamentos facilitados pelo BNDES.

O momento atual reapresenta muitas das oportunidades anteriores mas a leitura de cenário alerta que há uma forte partidarização ou influência partidária (notadamente em quem venha a contribuir mais ou menos para determinada legenda) na concessão de financiamentos do BNDES ou, para os que são contra determinadas correntes dominantes, as agencias reguladoras agem com uma impressionante precisão. A título de exemplo TAM versus VARIG (GOL), Ambev e o longamente arrastado processo da Nestlé junto ao CADE.

Sugeriria uma investigação mais aprofundada no como a instabilidade institucional influencia a capacidade de um empresário em investir em seu próprio negócio. Apesar de vivermos um período de estabilidade e previsibilidas econômica, nossas instituições estão coalhada de pessoas nem sempre preparadas mas que são indicadas por partidos e isto influencia, sobremaneira, o ambiente e a percepção do empresariado em investir em médio e longo prazo.

Outro fator também não ressaltado diz respeito ao ambiente macro-econômico de juros altos praticados no mercado desde o início do atual governo para captar investimentos estrangeiros. Este por si só já é um senhor desestímulo. Enfim, para se chegar a uma definição usando pessoas como arquétipos, conviria, também, se falar do lado real e menos "glamouroso" de nossa economia do dia-a-dia.

De toda forma o texto traz uma boa mensagem para se refletir e ressalta a importância do Livro Os caçadores de Mitos.


Para Elias Awad, a perseverança é uma das características que deve ser mantida pelos líderes como diretriz
A busca para atingir um patamar de liderança nas organizações tem despertado um constante aprimoramento profissional e a capacidade de mobilizar e convergir todos em prol de um único objetivo. Alcançar essa posição demanda anos de experiência e conhecimentos, mas, com certeza, tem feito com que muitos profissionais, em especial a geração Y, tenham uma visão mais prolongada de carreira.

Ou seja, a oportunidade de oferecer cargos de liderança tem sido um dos motivadores para que os jovens permaneçam por mais tempo na companhia e repensem na possibilidade de construir carreira em uma empresa. Fato este não muito comum hoje em dia, já que a geração Y é tão inquietante, almeja novos desafios diários, melhores salários e chega a acreditar que permanecer por muito tempo na mesma organização pode torná-lo um profissional estagnado frente ao mercado.
Mas afinal, o que é preciso para liderar e a que os executivos devem voltar sua atenção para ser como os grandes líderes? Antes de tudo é preciso que os executivos não se iludam muito, mas lembrem-se sempre de manter a perseverança como diretriz de seu caminho. Mesmo porque não se pode contar com a vitória todos os dias, a derrota também é um aprendizadoprincipalmente no começo.
E, acima de tudo, deixe a ousadia falar mais alto e andar de mãos dadas com a humildade. Ousadia para deixar fluir ideias originais e projetos inovadores que causem impacto e sejam um portfólio de suas peculiaridades enquanto profissional e pessoa. Humildade para ter uma equipe capaz de brigar e defender seus ideais justamente porque acredita no papel do líder que o conduz e reconhece a capacidade, conhecimento e valor moral do mesmo. Para isso, mostre aos liderados que as dificuldades devem ser enfrentadas como oportunidades. E tenha o humanismo acima de tudo.

Bem, antes de apresentar mais características que os líderes têm em comum preciso revelar os dois grandes mestres empresariais que me deixaram o legado citado acima. São eles Samuel Klein, das Casas Bahia, e Affonso Brandao Hennel, Semp Toshiba. Estes são dois nomes que construíram um império no país com base em tais princípios. Durante horas de conversas com ambos, eu enquanto biógrafo desses grandes líderes, percebi de maneira muito clara que não se deve ter o dinheiro como objetivo do negócio ou do crescimento da empresa, mas sim, como resultado. Outra ação contínua que faz com que os líderes ganhem a confiança dos liderados é o constante feedback. Para isso, tenha também um feeling apurado e aposte nas suas convicções.
Samuel Klein, por exemplo, em pleno final dos anos 60 e início da década de 1970 comprou uma financeira. Claro que falar isso hoje é algo muito normal, mas há quase trinta anos, foi um dos grandes impulsionadores do crescimento das Casas Bahia. Em momento de crise, como na década de 1980, Samuel, antevendo a reviravolta do mercado, se estocou. Para que isso fosse possível teve que ser ousado e arriscar, fazer diferente dos demais, inclusive da concorrência. Adquiriu, então, mercadorias com grandes descontos. Quando o mercado aqueceu, ele era o mais preparado em estoque para suportar a demanda.

Outro grande exemplo é o que fez, na mesma época, Affonso Brandão Hennel, fundador da Semp Toshiba. Na década de 1960 ele previu que as indústrias nacionais de eletroeletrônicos que não tivessem tecnologia de ponta teriam que encerrar as atividades em curto ou médio prazo. E isso realmente aconteceu com as companhias nacionais. Enquanto muitas fechavam as portas a Semp conseguiu seguir no mercado.

Anos mais tarde anunciavam a liderança no mercado após a formação de uma joint venture com a Toshiba. Affonso reduziu, então, de 15% para 5% a participação de mercado da Semp Toshiba na década de 1980, pois havia grande envolvimento com empréstimos em bancos. E a partir de uma ação ousada mostrou confiança e aposta na sua experiência fazendo com que acreditassem na sua decisão. A atitude administrativa, além de acertar a empresa, fez com que recuperassem a participação de mercado e a ampliasse ainda mais em pouquíssimo tempo.

Acima de tudo, esses dois exemplos de ousadia e liderança nos mostram a necessidade de acreditarmos em nosso país e profissionais, bem como na Zona Franca de Manaus. Sim, este último deve ser uma aposta e diferencial de nosso mercado futuramente, mesmo tendo que se efetuar um grande investimento e uma significativa transformação em logística. Portanto, o segredo é ousar para conduzir grandes projetos mobilizando toda uma equipe e ter humildade para recuar quando necessário a fim de se obter o sucesso e progresso contínuo dos negócios. Com isso, todos crescem juntos. Se os liderados crescem, o líder e a empresa também crescerão.

Elias Awad, (Jornalista, Administrador e Palestrante. Especializado em biografias de grandes empresários)
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