segunda-feira, 5 de abril de 2010

Contenha seu entusiasmo pelo Brasil', diz colunista do 'WSJ'

Os analistas do Wall Street Journal são pagos a peso de ouro. Anteviram, alguns deles, a crise dos "subprimes" em meio à euforia dos créditos imobiliários ainda em 2006, ano em que cheguei para fazer um mestrado nos EUA.


O que me preocupa é que outros analistas já começaram a comentar acerca do ímpeto de nacionalização de empresas a propósito do Estado Forte propalado pela candidata. Como já sabemos que nosso eleitor não consegue vislumbrar um palmo adiante do nariz resta-nos, agora, começar a buscar alternativas para dirimir o impacto da carga tributária que crescerá substancialmente.

Curb Your Enthusiasm for Brazil



Desde que o Brasil descobriu novas e promissoras reservas de petróleo na sua costa em 2007, o país parece ter abandonado várias reformas que deveriam deixá-lo em sintonia com sua ambição de conquistar um lugar entra as nações mais industrializadas do mundo.
É o que diz um artigo no Wall Street Journal nesta segunda-feira assinado por Mary Anastasia O’Grady, [...] questiona o otimismo manifestado no país sobre o sucesso das parcerias público-privadas na reinvenção “de um Brasil com sua nova riqueza”.
[Eike]Batista, apontado como o homem mais rico do Brasil e o oitavo mais rico do mundo pela revista Forbes, “encantou a plateia com seu entusiasmo, não apenas por seus próprios projetos no desenvolvimento da exploração de petróleo, de portos e de estaleiros, como também pelo seu país”.
Mas a autora [...] se pergunta se o resto do país também vai se beneficiar das oportunidades que se abriram para o empresário no setor de gás e petróleo.
“Quanto mais a elite do país fala sobre sua parceria público-privada para reinventar o Brasil com sua recém descoberta riqueza, mais soa como o mesmo velho corporativismo latino”, diz ela.
O’Grady admite que o Brasil melhorou “em relação ao que era em meados da década de 90, quando hiperinflação alimentou caos nacional”, e disse que “o crédito por controlar os preços vai para o ex-presidente de dois mandatos (Fernando) Henrique Cardoso, cujo governo implementou o Plano Real”.
A autora minimiza o papel do presidente Luiz Inácio Lula da Silva no comando do país, dizendo que “uma revisão de sua gestão revela que a melhor coisa que ele fez como chefe-executivo do país foi nada”.
“Além da reforma da lei de falências e a melhoria da legislação relativa a seguros, ele (Lula) fez muito pouco.”
A jornalista considera positivo que mudanças sejam gradativas, mas diz que “o problema é que desde que o Brasil descobriu petróleo abundante na costa em 2007, parece ter abandonado até as reformas modestas”.
No artigo, ela sugere que faltam reformas que facilitem a operação de muitas empresas de pequeno e médio porte.
Citando um relatório do Banco Mundial de 2010, O’Grady diz que o Brasil não tem um bom histórico em relação à abertura de empresa, pagamento de impostos, contratação de funcionários e obtenção de alvará de construção.
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