terça-feira, 6 de abril de 2010

O mau uso do Twitter pode arruinar seu emprego

A questão dos investimentos para dirimir a exclusão digital será um assunto muito discutido no futuro.

Se observarmos os assuntos mais procurados nos principais sites comprova-se que o que se procura, com farta frequência, não  são assuntos que venham a agregar valor ao desenvolvimento social ou profissional. A perenidade desse comportamento também revela que os gastos para a exclusão digital não necessariamente promoverão acesso a postos de trabalho ou a uma economia competitiva.

O texto abaixo é revelador, elaborado por um consultor de renome que sublinha casos corporativos onde o amplo acesso à tecnologia digital subtrai investimentos em tempo, capital intelectual e tecnologia sem agregar valor algum à economia funcional das empresas.

É um tema que a sociedade precisa acompanhar e opinar.



O mau uso do Twitter pode arruinar seu emprego
Julio Sergio
http://hsm.updateordie.com/

O uso das mídias sociais virou uma discussão sem fim. Toda vez que alguém fala de proibir o Orkut ou o Twitter dentro da empresa, as pessoas caem de pau. Assisto a embates acalorados em prol da liberdade de expressão. Não questiono que a abertura na propagação de ideias proporcionadas pelas redes sociais trouxe para o ambiente empresarial, por exemplo, o desafio de encontrar a melhor forma de se tirar proveito delas.

Mas ainda não há consenso. Pesquisas indicam que as empresas estão mais preocupadas com o efeito das redes sociais na produtividade do trabalho do que com o conteúdo propriamente dito. Realmente, se pararmos para pensar, nós somos pagos para trabalhar. Ninguém aqui tá falando de uma postura ditatorial em que não é permitida uma pausa para o cafezinho ou uma conversa informal com os colegas para relaxar.
Mas, como tudo na vida, há limites. Entre os executivos com quem converso sobre o tema há certa unanimidade de que não se pode passar horas e horas tuitando bobagens  ou mesmo passar o dia inteiro “jogando conversa fora”. Proibir por proibir não é a saída mais inteligente, mas sou adepto de políticas que limitem o uso do e-mail, MSN, Facebook, Twitter e Orkut dentro das organizações para preservar segredos estratégicos e manter a produtividade em limites ótimos.

As pessoas ainda não entenderam que tempo é dinheiro, sobretudo para as empresas. E ninguém é bonzinho a ponto de permitir que se faça o que bem entender. Tentem imaginar a cena que me foi relatada recentemente. Uma pessoa desenvolvendo táticas para implementar ações estratégicas, quando de repente eis que surgem mensagens do MSN  no canto inferior direito da tela, ao mesmo tempo em que a janelinha do Twitter apita no canto superior direito e o celular, possuído pela Doença de Parkinson, não parava de tremer anunciando novo SMS. Produtividade? Zero, para o horror do chefe.

Como alguém pode ter foco se há milhares de parafernálias do maravilhoso mundo digital  insistindo para que sua atenção seja desviada? Pior ainda é misturar coisas pessoais com profissionais. As pessoas esquecem que há fronteiras entre o que se faz dentro e fora da empresa. Até mesmo confundem como devem se comportar quando estão sob a máscara do sobrenome corporativo.

Outro dia li uma matéria no Valor Econômico mostrando ações judiciais pelo mau uso da internet. Um dos casos envolvia funcionário do setor financeiro que colocou em seu blog informações sobre o balanço da companhia em que trabalhava e abriu capital recentemente. Dados, aliás, que eram diferentes dos enviados à CVM. Resultado: demitido.

Embora as empresas estejam se rendendo ao Twitter e a outras mídias sociais, vale lembrar que elas buscam se aproximar do novo perfil consumidor, reforçando a sua marca. Nunca vão querer seus funcionários usando a rede para fins pessoais. Cada minuto perdido em cada mensagem de 140 caracteres pode significar contratos não fechados, dinheiro perdido.

É preciso ter cuidado com aquilo que se escreve. Sou fã do Twitter, mas reconheço que é preciso adotar o bom senso. Na mesma matéria do Valor outro funcionário, desta vez de empresa de call center, criou um blog em que após o expediente publicava as perguntas consideradas por ele “mais idiotas dos clientes mais burros do dia”. Para piorar, seus colegas de trabalho votavam nas melhores da semana e do mês.  Dá para acreditar que haja alguém com tal grau de ingenuidade e mau gosto?

Muita água ainda vai rolar embaixo da ponte. Precisamos deixar os ânimos de lado e separar o que é bom, útil e agradável nas redes, do que é apenas lixo, baixaria, fofoca. Tuitar é bom, comunicar-se por MSN e SMS nos garante a liberdade de expressão e permite obter informações instantâneas, a um clique do mouse. Mas será que sabemos usar de verdade aquilo pelo que tanto lutamos e que a tecnologia nos proporciona?
Muitos confundem liberdade com libertinagem. Pode ser que o preço a pagar seja a supressão da liberdade. Será realmente uma pena.
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Um comentário:

  1. Comparo a internet a uma janela onde tudo pode acontecer. Tem sim muita gente desfocada, usando o expediente apenas para passar o dia. Pessoas sem objetivo, que não podendo estar lá fora fisicamente gastam o tempo twittando, conversando no messenger e navegando no Orkut.

    Sim, e o pior é que estão sendo pagos para isso. E se não foram contratadas para isso então estão roubando a empresa.

    Sim, aos gerentes não cabe proibir, mas inibir. Certas posturas profissionais são inaceitáveis. Se você encontra tempo pra tudo isso, está desperdiçando seu tempo e o dinheiro da organização. Abra uma lan house e divirta-se!

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