quinta-feira, 8 de abril de 2010

Contingenciamento adia investimentos de R$ 17,9 bilhões

Amigos bom dia.

O intuito deste é o de contribuir para que tenhamos uma melhor visão do cenário atual em termos de desenvolvimento social e econômico nacional.

A notícia que segue tem sua importância apesar de discretamente divulgada.
A propósito do ocorrido na cidade do Rio de Janeiro que está, inclusive, afetando nossas atividades de trabalho, nota-se que os investimentos naquela e nas grandes cidades sofreram uma redução em âmbito de destinação e execução orçamentária.

O curioso é que a mídia veicula a fala das autoridades acerca de investimentos mas quando se tem notícia do teor da principal ferramenta de gestão orçamentária nota-se não corresponder com a realidade.

Outro ponto de merece destaque na notícia é que as despesas de custeio são muito mais vultosas e, comparadas com os anos anteriores, estão crescendo cada vez mais, o que denota que a máquina pública está inchada e pouco eficiente.

Por fim, observem a proporcionalidade sobre a qual, entre custeio e investimentos, as reduções se deram. O do Min das Cidades, mercê de sua fundamental importância, sofreu o segundo maior corte e o da Agricultura está seguindo a proposta do Min Carlos Minc de redução em 38% da emissão de CO2, acordo apresentado em Copenhague. Imagine-se a quantidade de empregos e de arrecadação que não está se perdendo com esta decisão que não teve o concurso da consulta popular.

Estes fatos são importantes para o gerente (ou profissional liberal) conhecer para apoio ao seu processo decisório e de gestão de programas de trabalho.


Contingenciamento adia investimentos de R$ 17,9 bilhões

Ministérios que mais perderam com a decisão de adiar gastos foram os da Agricultura, Turismo, Esportes, Defesa e Cidades


Como todos os anos, o bloqueio de recursos do orçamento de 2010 vai atingir, principalmente, os investimentos. O decreto de programação orçamentária, divulgado na semana passada no Diário Oficial da União, mostra que o represamento de investimentos deve chegar a R$ 17,9 bilhões, em comparação com R$ 11,16 bilhões na área de custeio da burocracia.

Os ministérios que mais perderam foram os da Agricultura, Turismo, Esportes, Defesa e Cidades. Recentemente, o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, anunciou que o contingenciamento seria de R$ 21,8 bilhões neste ano. Pelo decreto, esse valor chega a R$ 29,1 bilhões devido à incorporação de créditos extraordinários aprovados pelo Congresso no decorrer do ano.

Inicialmente, o orçamento de 2010 previa a liberação de R$ 189,02 bilhões, sendo R$ 127,87 bilhões para custeio e R$ 61,15 bilhões para investimentos. Com o ajuste, a dotação orçamentária caiu para R$ 165,22 bilhões, dos quais R$ 116,7 bilhões serão direcionados para custear a máquina pública e R$ 43,19 bilhões para investimentos.

Mas esse corte temporário não deve limitar de forma significativa os gastos do governo. O decreto de programação é, na verdade, um ajuste fino no orçamento, concentrado, principalmente, na revisão das receitas, que estavam infladas. O objetivo é conter uma ampliação ainda maior dos gastos, principalmente, com emendas dos parlamentares durante a tramitação da lei orçamentária no Congresso.

Não definitivo. Além disso, o bloqueio de recursos não é definitivo. Conforme o comportamento da arrecadação no decorrer do ano, o valor represado pode ser liberado gradualmente.

O contingenciamento é também uma medida de cautela para que o governo possa atingir suas metas de política fiscal. Analistas de mercado ainda apostam, entretanto, que o governo terá que "descontar" investimentos dos cálculo0s para conseguir cumprir a meta de realizar um superávit primário equivalente a 3,3% do PIB.

Sem contenção. "O decreto de contingenciamento nada trouxe de contenção real", diz o economista-chefe da Convenção Corretora, Fernando Montero.

Essa análise é sustentada pelo fato de que, na prática, os gastos com investimentos estão crescendo significativamente. Somente no primeiro bimestre, os investimentos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) tiveram uma expansão 132% em comparação com o mesmo período de 2009, segundo dados divulgados na semana passada pelo Tesouro, referentes à liberação efetiva de recursos.

Para o economista da consultoria Tendências Felipe Salto o investimento foi antecipado devido à decisão do governo de liberar apenas 1/12 do orçamento. "Janeiro e fevereiro foram resultados atípicos. As regras eram temporárias. O governo aproveitou isso para aumentar as despesas discricionárias", afirmou Salto. Ou seja, ampliou fortemente os investimentos no início do ano para depois anunciar o contingenciamento de gastos.

Menos recursos. Apesar da necessidade de investimento para a realização da Copa do Mundo e das Olimpíadas, dois ministérios que mais perderam recursos de investimento no orçamento foram o do Turismo e de Esportes. No caso do Turismo, a previsão de investimento recuou de R$ 2,73 bilhões para apenas R$ 311,79 milhões. Já os Esportes, o valor destinado caiu de R$ 1,076 bilhão para R$ 64 milhões.

No Ministério da Agricultura o recurso para investimento passou de R$ 1,44 bilhão para R$ 373,5 milhões. No Ministério da Defesa, esse orçamento diminuiu de R$ 8,99 bilhões para R$ 5,12 bilhões. Já o Ministério das Cidades, responsável por áreas fundamentais do PAC como saneamento básico e o Programa Minha Casa, Minha Vida, teve uma redução de orçamento de investimento de R$ 7,33 bilhões para R$ 4,7 bilhões.
Para entender
Os cortes nos investimentos

Represamento de gastos no Orçamento de 2010 se concentra em investimentos. O custeio será menos afetado.

1. Orçamento global
Dotação atual: R$ 189,023 bilhões - Limite autorizado para gasto: R$ 165,219 bilhões - Recurso Bloqueado: R$ 29,124 bilhões.

2. Custeio
Dotação atual: R$ 127,873 bilhões - Limite autorizado:
R$ 116,707 bilhões - Bloqueio efetivo de recursos: R$ 11,165 bilhões.

3. Investimentos
Dotação: R$ 61,150 bilhões.
Limite autorizado: R$ 43,192 bilhões - Bloqueio Efetivo:
R$ 17,958 bilhões.

4. Áreas que mais perdem investimento
Agricultura - R$ 1,068 bi
Esportes - R$ 1,012 bilhão
Turismo - R$ 2,420 bilhões
Defesa - R$ 3,874 bilhões
Cidades - R$ 2,622 bilhões.
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