domingo, 25 de abril de 2010

Sandinistas atacam pelo terceiro dia o Parlamento da Nicarágua


Há vários pontos em comum nesta situação com o  que vem ocorrendo na Venezuela, Bolívia, Equador, Argentina e, recentemente,  Honduras. Todos tem apoio de Chavez que chega a exportar guerrilheiros urbanos (maras ou pandilleros) para fazerem coro ao "povo".

O tipo de ação, a mesma que derrubou Zelaia, faz parte da doutrina do "neoliberalismo" onde os signatários do Foro de São Paulo procuram desestabilizar e desqualificar as instituições democráticas com o primeiro e principal motivo a perpetuação no poder.

O recente artigo do ex-deputado Mellão, "Por que a nossa política externa é assim", chama a  atenção para tal movimento.

Há muito o que se questionar sobre estabilidade democrática nos países da América Latina pois os projetos e propostas de partidos e instituições não logram êxito em reduzir a pobreza e promover desenvolvimento, assim, as correntes ideológicas oportunistas e ideológicas encontram campo para desenvolverem-se e arraigarem-se. Não custa relembrar neste caso, que Daniel Ortega foi democraticamente deposto e democraticamente reconduzido, via urnas, ao poder...e ainda não conseguiu melhorar a situação econômica e social do país.


Observe-se, ainda, que o 3º Plano Nacional de Direitos Humanos foi concebido com as mesmas bases de tentações totalitárias. 


Todos os países manterão programas de transferência de renda de forma não sustentável. Os demais países não tem a quantidade de riquezas nem diversidades de produtos exportáveis que contemplem investimentos externos para a manutenção de programas assistencialistas. Nós temos esta capacidade, contudo, se não houver preocupações com o Estado e não com o Governo, como vem acontecendo, em médio prazo teremos sérias dificuldades econômicas.




Carlos Salinas Maldonado Em Manágua (Nicarágua)

A tensão se aguça na Nicarágua. Pelo terceiro dia consecutivo, simpatizantes da Frente Sandinista de Libertação Nacional (FSLN), no governo, atacaram na quinta-feira (22) com pedras e bombas caseiras a sede da Assembleia Nacional, onde os deputados de oposição conseguiram entrar escoltados pela polícia. Enquanto o presidente do Legislativo, o sandinista René Núñez, justificava a violência chamando-a de "justa ira do povo", a Organização de Estados Americanos (OEA) emitiu um comunicado em que manifesta sua "profunda preocupação" pelo que ocorre na Nicarágua.


A violência paralisou várias áreas de Manágua. Os grupos de choque da FSLN atacaram na quarta-feira durante sete horas a sede do Movimento Vamos com Eduardo, organização política do ex-candidato presidencial e principal opositor de Ortega, Eduardo Montealegre. No edifício, atacado com pedras e bombas caseiras, encontravam-se 50 pessoas, entre elas 17 deputados nacionais e um deputado do Parlamento Centroamericano. Os simpatizantes do governo incendiaram o veículo de um deputado de oposição, enquanto em áreas próximas desmontaram uma caminhonete do canal 12 da televisão local. Outros dois veículos foram queimados em outras áreas da cidade, incluindo o de um vereador da prefeitura de Manágua.




Enquanto isso, o presidente do Supremo, Manuel Martínez, informou que havia recebido ameaças de morte através de ligações para seu telefone celular. Montealegre criticou o que chamou de papel submisso da Polícia Nacional, a qual deputados de oposição culpam por não controlar a violência iniciada na terça-feira.
Montealegre denunciou o assédio em uma mensagem à nação, na qual classificou a situação da Nicarágua como "ruptura da ordem constitucional" causada pelo presidente Daniel Ortega. "Fazemos um apelo ao presidente da República para que respeite o Estado de direito, que governe democraticamente, que aceite as regras da democracia sob as quais foi eleito e que se resigne a abandonar suas pretensões de reeleição, proibidas por nossa Constituição política", disse Montealegre.
O também deputado de oposição, que acusou o presidente Ortega de dirigir o vandalismo, fez um apelo à OEA para que se pronunciasse sobre a crise política. Montealegre exortou o secretário-geral da OEA, o chileno José Miguel Insulza, a "não virar a cara, como fez com a fraude eleitoral", referindo-se às denúncias de uma suposta fraude nas eleições municipais de 2008, sobre as quais o órgão interamericano não se pronunciou.
Na noite de quarta-feira a OEA emitiu um comunicado no qual expressou "profunda preocupação" pela crise, ao mesmo tempo que fez um apelo à preservação da institucionalidade e dos direitos civis. Segundo o comunicado, Insulza insta a "resolver as diferenças políticas, particularmente entre os poderes do Estado, por meio do diálogo e conforme os procedimentos previstos na legislação nacional, especialmente a necessidade de garantir as liberdades e os direitos dos cidadãos e, como parte destes, a integridade física de todas as pessoas".
A violência desatada em Manágua é interpretada por alguns analistas como uma forma de pressão por parte do presidente Ortega para obrigar a oposição a negociar, à beira do caos, a nomeação dos magistrados do Supremo e outros funcionários do Estado. A crise política começou em janeiro, quando o presidente Ortega emitiu um decreto no qual ordena aos magistrados que se mantenham no cargo, apesar de, segundo a lei, ter vencido seu mandato. Esse decreto foi rejeitado pela oposição e criticado por juristas.
"O decreto é uma estratégia de longo prazo para criar as condições para a continuidade de Ortega, e não só para os próximos cinco anos, mas para os próximos 15 ou 20. Esse desespero para manter o poder os levou a cometer atos inverossímeis com as leis e a Constituição", explicou o jurista Oscar Carrión a "El País".
Até agora o presidente Ortega não deu declarações sobre a violência registrada em Manágua. Na quinta-feira, o Ministério das Relações Exteriores informou que o presidente havia cancelado uma viagem prevista à Bolívia, onde participaria da Conferência Mundial dos Povos sobre a Mudança Climática, que se realiza na região de Cochabamba.
Tradução: Luiz Roberto Mendes Gonçalves
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