domingo, 4 de abril de 2010

Apologia, Hitech, à mediocridade humana.

Não é minha praia, mas o post serve para base e retornos posteriores quando quiser embasar uma opinião sobre a capaciade humana em se glorificar a excrecência social.


Nosso presidente está preocupado em levar banda larga para todos os recantos do país. Meritória atitude? Não sei. Tirando a indefectível oportunidade de se criar um sem-número de "calbides" nosso peculiar e moreno caso, de empregos, a questão de se levar banda larga tem a ver com a pertinência e propriedade desse magnífico esforço suscetível, dado à amplitude, a ser mais incidente em críticas e movimentos ambientalistas do que o desvio do Rio São Francisco.


Mas vamos lá!! Por quê tanta divagação? A reportagem abaixo dá uma dica: Quarenta mil desocupados, ou ocupando o tempo e o acesso à internet das empresas, públicas e privadas que lhes pagam salário, acessam os blogs das senhoras experts em fofocas no pior do que a televisão pode oferecer em "deseducação"social nos últimos anos.


Pergunto-me: O que se agrega de valor acessando em pleno expediente, os blogs das senhoras, muito bem posicionadas, diga-se de passagem.


Assim, vai se investir milhões de reais e a se criar uma nova e pesadíssima estatal para se promover a banda larga, dentre outros objetivos, a toda a sociedade. Já tiveram a curiosidade de ver nos sites principais (uol. yahoo, msn, ig, terra, cnn etc etc) quais são os assuntos mais procurados ou comentados? Alguém já viu ou percebeu haver algum tema de profundidade social a ser procurado? É com esta qualidade de pessoas que vamos investir mais em acesso à informação? Será que vale a pena "incluir digitalmente" tantos apedeutas?


Com tanto assunto sério precisando da participação da sociedade me deparo com esta notícia. É lasca!!



Como é que nosso país, assim, vai ser quinta economia em 2016??


As Big Sisters

Nada acontece na casa do Big Brother Brasil que duas blogueiras fanáticas não observem nos mínimos detalhes – e depois debatam na internet



Com o fim do Big Brother Brasil 10, na semana que vem, muitos espectadores sentirão alívio por se ver livres daquela gente exibicionista e barraqueira. Mas não Lilian Novaes, dona de casa de classe alta do Rio de Janeiro. "Sempre sinto um vazio terrível. Para recuperar as forças, meu remédio será fazer um cruzeiro pela Escandinávia", diz ela. Da mesma carência padece Susan Mello, gerente de banco da cidade fluminense de Niterói. "Meu marido me flagra pelos cantos choramingando: ai, que saudade dos meus brotherzinhos"afirma. Lilian e Susan travam uma batalha acirrada pelo título de blogueira amadora mais influente do Big Brother Brasil. Mulher de um executivo das Organizações Globo, Lilian incorpora na internet, desde 2003, uma certa "Dona Lupa". À frente do blog Tevescopio, com 40 000 acessos diários, ela torce desbragadamente para os participantes com quem simpatiza e monitora até os detalhes mais fátuos de suas rotinas (daí a menção à lente de aumento). O De Cara pra Lua, criado por Susan em 2004, a despeito de enveredar por tentativas de análise, oferece o mesmo tipo de coisa. Embora menos visitado (são 35 000 acessos por dia), faz barulho suficiente para tornar Susan outra figura prestigiada. Assim como se dá em relação à rival, seu site é acompanhado com atenção pela própria Globo. Na atual edição, Lilian é a ponta de lança da torcida do machão Marcelo Dourado. Susan, naturalmente, está no front oposto: toma as dores da ala colorida da casa. "São duas mulheres cegas em suas paixões", diz o diretor Boninho.
A dupla é a expressão extrema de um fenômeno que se faz notar com força na atual edição: a proliferação de brigadas de fãs que se engalfinham na internet e promovem mobilizações maciças nas votações. "O Big Brother tornou-se um negócio para profissionais", diz Susan. Profissionais não pagos, ressalve-se: ela e sua concorrente não ganham um tostão com o que fazem (Lilian, de fato, até põe dinheiro do bolso, pois mantém assistentes e uma parafernália tecnológica). As duas assistem a quase vinte horas diárias de transmissões em pay-per-view. Susan, de 48 anos, tira férias para se devotar à rotina dos participantes, e ainda gasta os fins de semana debatendo a ética deles no "jogo". Lilian, de idade não revelada ("Pode pôr aí que já passei há muito tempo dos 50 anos"), comanda vigílias nas madrugadas para fiscalizar as provas. "Como não trabalho, tenho o privilégio de acompanhar cada vírgula", diz. Nos três meses de duração do BBB, o dia a dia da família muda, pois "Dona Lupa" transforma a sala de estar de seu apartamento na Zona Sul carioca num bunker com computadores e televisores – todos plugados, de preferência, em Marcelo Dourado (que, na cegueira da paixão, ela considera ter "uma retórica fantástica e um corpão alucinante"). "Ai de meu marido e de minhas filhas se ousarem quebrar minha santa concentração", diz.
O voyeurismo explica por que milhões de espectadores continuam a se render ao Big Brother – mas por si só não justifica tais fixações exacerbadas. "Podemos enxergar nisso um desejo de ser o centro das atenções. Ou um mecanismo de fuga: assiste-se à vida dos outros para não ter de viver a sua", diz a psicóloga Lidia Weber. Essas hipóteses talvez sejam ainda insuficientes para dar conta desse universo – inclusive porque as fronteiras entre a vida das blogueiras e a de seus ídolos do BBB são borradas. Susan diz ter ficado amiga de ex-participantes como Sabrina Sato. "Ela não se esquece de mim nem nessa sua fase superstar", diz. Lilian não fica atrás. Travou amizade com parentes de big brothers. E, ao fim de cada edição, convida os preferidos para jantar com ela. Ela os vê com cumplicidade. "Montei um estúdio para acompanhar o programa em minha casa na serra. Mas não consigo ir – aqui me sinto mais perto deles", diz.
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Um comentário:

  1. O VAZIO é tão grande dentro dessas pessoas, que deve mesmo ser um meio de fuga da própria vida! Um meio ilusório [e inútil] de preencher esse vazio... assim como todos os outros vícios que existem por aí.

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