Segue um alerta contra a esperteza e maldade do pacato cidadão brasileiro que não pensa no bem-estar coletivo e que se preso irá correr para debaixo dos braços da leniente justiça com base na Constituição.
Cuidado com a água suja
JORNAL DO COMMERCIO (PE)
O mais recente sinal de alarme veio da Faculdade de Farmácia da Universidade Federal da Bahia: boa parte da população está bebendo água mineral contaminada: de 210 mostras de garrafões de 20 litros, metade apresentou contaminação na empresa. Esse é um tema recorrente em qualquer parte do Brasil. Lá mesmo, na Bahia, já houve constatações até mais graves, como em outubro de 2008, quando o Greenpeace demonstrou que a água potável nas proximidades da mina de urânio de Caetité estava contaminada pelo mineral em níveis sete vezes maiores do que os recomendados pela Organização Mundial da Saúde.
Se o novo alerta baiano veio agora em fevereiro, em janeiro, aqui em nosso Estado, Polícia e Vigilância Sanitária fecharam depósito e duas revendas na UR-2, no Ibura, onde foram encontrados garrafões, selos e lacres em locais sem higiene. Antes, bem antes, de junho de 2002 a maio de 2003 foram analisadas águas minerais vendidas em garrafões de 20 litros na Região Metropolitana e a conclusão foi de que de todas as marcas analisadas pelo menos uma amostra apresentou impureza.
Diante disso, é preciso estar atento para uma lição da Agência Pernambucana de Vigilância Sanitária (Apevisa): quando industrializada, a água se torna um produto alimentício e, como tal, tem um prazo máximo para consumo, de responsabilidade da própria empresa. A pessoa que consome água estragada pode até morrer, dependendo do grau de contaminação do líquido. “A água pode ser contaminada por microrganismos e algas desde a captação da água na nascente até o transporte e comércio do produto. Por isso, são necessários diversos pontos de controle no processo, considerando-se que muitos problemas que chegam aos hospitais públicos podem estar ligados ao consumo de água suja, mesmo quando é vendida aparentemente em condições cristalinas, dentro das exigências do Departamento Nacional de Produção Mineral.
A água pode estragar tanto no aspecto físico e químico, quanto no microbiológico. Caso fique exposta por um longo período de tempo a temperaturas elevadas, por exemplo, a água se deteriorará, alterando o cheiro e o sabor do líquido. A alteração no padrão bacteriológico é o mais perigoso. A Vigilância Sanitária orienta no sentido de que os garrafões de água não podem ficar expostos ao sol, ter contato direto com o solo, nem com insetos ou produtos químicos. O plástico do vasilhame é poroso e permite que o líquido absorva resíduos de outras substâncias ao redor.
Estamos, assim, diante de um problema de saúde pública, considerando-se o crescente aumento de consumo e a dificuldade de uma atuação diária dos órgãos fiscalizadores. Isso faz com que se exija mais rigor sempre que for identificado o mercado clandestino e criminoso, que atenta contra a saúde das pessoas. Da mesma forma, seria recomendável que os setores responsáveis pelo controle e pela fiscalização do comércio da água mineral desenvolvessem uma ação educativa para que a própria população desse sua contribuição, ficando de olho nos sinais de irregularidade, a começar pela procedência e desgaste do garrafão, ou falsificação do lacre. São medidas simples, adicionais ao mais importante: a fiscalização rigorosa de órgãos como a Vigilância Sanitária.
Aqui em Pernambuco há um Programa de Monitoramento e Fiscalização da Água Envasada, com 16 itens de segurança para que o consumidor preste atenção na qualidade do produto que consume. A Agência Pernambucana de Vigilância Sanitária já encontrou, em sua atividade, selos fraudados para uma água que representa riscos que vão de problemas gastrointestinais a infecções e até hepatite. Isso faz do cuidado com o consumo da água mineral uma preocupação redobrada para todos.
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